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Aveiro // Região  

Espólio do compositor Frederico de Freitas vai para a UA


A Universidade de Aveiro (UA) anunciou que vai assinar a 1 de julho um protocolo com Elvira de Freitas, filha de Frederico de Freitas, para receber o espólio do compositor português.

Em declarações à Lusa, Helena Marinho, docente do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da UA, realçou a importância deste espólio, pelo facto de Frederico de Freitas, falecido há 30 anos, ter tido “uma vida e uma carreira que tocou muitos aspetos da música e da cultura portuguesa no século XX”.

“Houve uma relação de proximidade e de amizade com a família, que acabou por levar a que a UA fosse escolhida como depositária do espólio o que muito nos honrou”, referiu a responsável pelo processo.

Segundo Helena Marinho, o espólio de Frederico de Freitas é composto por partituras, correspondência, fonogramas, fotografias e diverso material pessoal do compositor e vai ser sujeito a um “processo de tratamento e recuperação”, logo que seja transferido para a UA.

“Alguns materiais são muito frágeis e estão em mau estado de conservação, porque têm sido guardados pela filha em casa e têm estado sujeito aos malefícios do tempo”, explicou a docente.

Depois de catalogado e devidamente tratado, o espólio deverá passar a constituir parte do acervo da biblioteca da UA, ficando disponível para o estudo e divulgação a nível nacional e internacional.

O protocolo para a doação do espólio será assinado no dia 1 de julho, pelas 15:30, na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, em Lisboa, com a presença da filha e familiares do compositor.

A cerimónia conta ainda com as intervenções de Henrique Luz Fernandes e do musicólogo e intérprete Alexandre Delgado, terminando com um pequeno concerto de obras de Frederico de Freitas, interpretadas por Isabel Alcobia (canto), Vasco Barbosa (violino) e Helena Marinho (piano).

Frederico de Freitas (1902-1980) foi compositor, maestro, investigador, ensaísta e esteve ligado ao início da indústria fonográfica em Portugal.

Enquanto compositor, manifestou uma invulgar versatilidade ao abordar praticamente todos os géneros musicais desde a música religiosa e de ópera, ao teatro ligeiro e música de filmes, sendo da sua autoria a banda sonora de obras como “A Severa” – o primeiro filme português sonoro – e “O Pátio das Cantigas”.