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Anadia // Bairrada  

Centro Social de Anadia vive dias de angústia

A braços com um grave problema financeiro, o Centro Social de Anadia solicitou ajuda financeira à Câmara Municipal de Anadia que, depois de discutido na última reunião de Câmara, foi indeferido.
Para já, a única certeza é que o Centro Social de Anadia, uma das mais antigas Instituições Particulares de Solidariedade Social do Distrito de Aveiro (fundada em 1975) e que, nunca como agora teve problemas financeiros, vai continuar a viver dias de angústia.
A situação prende-se com a construção das novas instalações, próximas da Biblioteca Municipal, orçadas em 850 mil euros mas cujo valor previsto inicialmente era de 450 mil euros. À Câmara, a direcção do Centro Social de Anadia (CSA) fez um apelo de um donativo, tal como fez junto do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, solicitando uma verba “para estabilizar o orçamento”.
Na missiva enviada à Câmara, é referido que, embora haja a indicação de que a proposta de ser disponibilizada uma verba foi positiva por parte da Segurança Social, a verdade é que, até à data, não chegou qualquer informação sobre o mesmo.
As novas instalações, que abriram em 2009, são frequentadas por 150 crianças, desde a Creche ao Pré-escolar.
Telefonicamente, a directora da instituição, Graça Cruz, que preside à direcção do Centro Social desde 1991, confirmou que a instituição atravessa grandes dificuldades já que “as despesas são superiores às receitas mensais”.
Momentos difíceis que levaram já a direcção do Centro Social a apelar à solidariedade de vários organismos, empresas e particulares, ainda que sem sucesso.
Ao JB, a responsável acrescenta que a instituição está a preparar um jantar de aniversário com angariação de fundos, apelando, mais uma vez, à generosidade dos anadienses e das empresas da região.
“Até já pedimos a empresas que apadrinhassem salas mas, infelizmente, não temos tido respostas positivas”, lamentou Graça Cruz, esperançosa de que a população, a autarquia e as empresas da região não deixem cair os seus apelos em saco roto. Contudo, para fazer face aos encargos mensais e porque as despesas se vão acumulando, a responsável dá conta da realização de festas, barraquinhas e eventos vários, com vista a angariar algumas receitas que ajudem a minorar o problema financeiro.
Refira-se que a situação se agravou ainda mais quando a instituição foi obrigada a colocar um sistema de renovação de ar com equipamentos que ascendem a 122.515 euros, assim como com o facto das comparticipações estatais ficaram aquém do esperado. Por outro lado, a instituição teve de recorrer a empréstimos bancários e a uma conta caucionada, que também contribuíram para agravar os encargos.
Neste momento, trabalham na instituição 25 colaboradores e Graça Cruz reconhece que é graças ao apoio e compreensão destes, assim como dos fornecedores, “que sabem esperar”, que a instituição pode continuar a prestar um serviço de elevada qualidade a todos os seus utentes.

Catarina Cerca