“Vender em contentores não vai afastar clientes, até porque os espaços têm condições para trabalharmos”. A opinião é de António Sarabando, e foi transmitida aos jornais na altura do acordo formalizado entre a Câmara de Vagos e comerciantes.
Estava (ficou) decidido que a localização do “novo” mercado de peixe, seria a praceta delimitada pelos balneários e tendas de venda ambulante, nas traseiras do Esplanada-Bar. Mas alguém se esqueceu da moradia ali existente, propriedade do sosense Vitorino Rocha, que terá sido “avisado” do incómodo que causaria a instalação do mercado perto de sua casa.
Vitorino Rocha apresentou-se, na última sexta-feira, no plenário municipal. A sessão foi longa, mas valeu a espera. Usou da palavra no período reservado ao público, e fez saber que lhe tinha sido vedado o acesso à casa, queixando-se que fora informado que um dos contentores (são três) será “colocado a três metros da porta de entrada da minha casa”. E que, a verificar-se tal facto, “a minha casa deixará de ser habitável.”
Afinal, de acordo com o presidente da Câmara de Vagos, a localização “ainda não está definida”. Rui Cruz, que alegadamente “desautorizou” Silvério Regalado, vereador responsável pelas Feiras e Mercados, diria depois que a referida praceta “é o local que fica mais próximo”, do mercado mandado encerrar pela ASAE. E confirmou que a situação é “provisória”, e que os contentores vão ser “expostos em L, virados para norte ou para sul”, mas nenhum fica a três metros da moradia em causa.
Tanto quanto apurámos, o proprietário da moradia está agora disposto a impugnar a decisão camarária, por considerar que o seu património será “desvalorizado”.
Recorde-se que a visita inspectiva da ASAE, obrigou ao encerramento do mercado de peixe, que não tinha nem portas, nem janelas, nem electricidade. “Não reunia as condições higiénico-sanitárias necessárias para a venda do peixe”, disse, na altura, Rui Cruz.
A localização do novo mercado, que inclui estacionamento, fica entre o esporão do Labrego e o esporão sul da Vagueira, em zona que vai ser intervencionada pelo INAG, de acordo com o projecto apresentado pela autarquia. Como contrapartida, a Tutela compromete-se a construir uma nova praia, a norte do núcleo central da Vagueira.
Eduardo Jaques
Colaborador