A Banda Marcial de Fermentelos, instituição que colaborou na elaboração do respectivo projecto inicial, acedeu ao convite formulado pela Câmara Municipal de Águeda para dar corpo à reposição da obra musical “Alma – Cantata Profana”, em espectáculo a realizar no Cine-Teatro S. Pedro, no próximo sábado, dia 16 de Outubro, pelas 19h30, inserido no programa de inauguração da Biblioteca Municipal Dr. Manuel Alegre.
Tal evento só é, naturalmente, possível, graças à disponibilidade igualmente manifestada pela solista Margarida Reis e pelos coros da Associação Cultural Cantate Jubilo, Coro Misto da Cruz Vermelha Portuguesa, Coro Misto do Orfeão de Águeda, Grupo Coral O Espranjar da Associação Cultural Banda Nova Fermentelos, Orfeão de Barrô, Orfeão da ARCEL, Orfeão da Associação Cultural de Recardães e Orfeão do Paraíso Social de Aguada de Baixo.
Tendo em vista uma abrangência plural das bandas do concelho, a Câmara Municipal de Águeda manifestou junto da Banda Marcial de Fermentelos, o gosto pela participação simbólica das outras quatro filarmónicas do concelho, sugestão esta que foi prontamente acolhida pela Marcial, em consequência do que resultou a disponibilidade de duas destas filarmónicas aguedenses (Orquestra Filarmónica 12 de Abril e Banda Nova de Fermentelos) para se fazerem representar através da presença de um músico cada, que actuarão com a farda das respectivas instituições; relativamente às outras duas (Sociedade Musical Alvarense e Associação Cultural e Recreativa Castanheirense), e face a compromissos anteriormente assumidos, perfeitamente compreensíveis e inultrapassáveis, não lhes foi possível aceitar o convite para participarem num espectáculo onde a procura de bilhetes será, certamente, superior ao número de ingressos disponíveis.
O programa a apresentar pela Banda Marcial de Fermentelos num espectáculo com mais de quatro centenas de protagonistas em palco, constará de uma obra de Jorge Salgueiro (Abertura para uma Nova Rainha, Op30), a que seguirá uma obra do maestro e compositor fermentelense Luís Cardoso – que é também o director pedagógico da Escola de Artes da Bairrada – (Annus Primus), autor da obra principal que encerrará o espectáculo, Alma – Cantata Profana, Op. 23, a qual conta com a participação dos coros e da mezzo-soprano que emprestará a sua voz para cantar trechos de poemas (Preludio, Canção Tão Simples, Abaixo El-Rei Sebastião, Primeiras Sílabas, Romance de Pedro Soldado, Romance da Rua de Baixo, Tudo o Que Ondula, Não Mais na Casa Velha Ameixas Verdes e Dedicatória) de Manuel Alegre, patrono da biblioteca municipal a inaugurar.
Alma – Cantata Profana é, pois, uma obra de uma esplendorosa beleza e que envolve emocionalmente o público, não o deixando indiferente durante os nove números da sua apresentação e que no dizer do autor Luís Cardoso, “procura estabelecer um ritmo dramático que alterna com andamentos solenes, intimistas, agitados e alegres, uma composição que procura agradar aos ouvidos das pessoas, evitando uma erudição musical demasiado complexa”.
Recorde-se que esta obra foi encomendada pela Câmara Municipal de Águeda e teve a sua primeira apresentação com a mesma banda, solista e coros, na cerimónia de entrega do prémio de literatura Manuel Alegre, instituído pela autarquia com o objectivo de homenagear a obra deste escritor aguedense, para além de promover a escrita e o aparecimento de novos autores.