O Colégio Nossa Senhora da Assunção (Famalicão-Anadia) alcançou, uma vez mais, a melhor classificação (das escolas da região) no ranking nacional dos estabelecimentos de ensino secundário. Em avaliação esteve o desempenho dos alunos nos exames nacionais e o Colégio de Famalicão (privado) obteve o 23.º lugar, subindo cerca de 10 posições em relação a 2009. “Obtivemos um aumento muito significativo no ranking, fruto do trabalho empenhado dos professores, das aulas e apoios extra que dão e da motivação dos alunos”, avança a sub-directora Margarida Soares.
Quanto à crítica de que os privados seleccionam alunos e assim obtêm boas classificações, Margarida Soares repudia esse argumento, que considera completamente falso. “Não escolhemos alunos, pois o ensino é gratuito e os alunos entram aqui no 5.º ano e seguem até ao 12.º. O que temos é um bom método de trabalho e uma preocupação constante em proporcionar um acompanhamento e preparar os alunos ao longo dos vários níveis de ensino”.
No concelho vizinho de Oliveira do Bairro, o IPSB aparece no lugar 111.º e teve uma subida de aproximadamente 40 lugares. “Notável”, diz a directora Dulce Miranda, satisfeita com os resultados alcançados: “fruto de um apoio grande dado de forma gratuita a todos os alunos do ensino secundário.” É que no IPSB os alunos têm apoio específico no Secundário a Português e a Matemática, assim como os que frequentam o 11.º e 12.º anos têm apoios a todas as disciplinas que requerem exame a nível nacional.
Depois, adianta a directora, “temos um corpo docente estável, competente e bastante interessado”, mas também “alunos trabalhadores e muito empenhados”.
Por seu turno, a Secundária de Oliveira do Bairro, na Bairrada, é o estabelecimento de ensino pior posicionado no ranking.
Júlia Gradeço, directora do Agrupamento de Escolas local, admite que o ranking não reflecte o trabalho desenvolvido nas escolas: “é uma análise a frio e não são considerados todos os condicionantes”. Daí, não lhe dar muito valor. “É claro que o posicionamento da ESOB nos preocupa, mas temos de analisar muito bem os resultados que devem servir como ponto de reflexão”. Por outro lado, sublinha o “trabalho meritório desenvolvido pela ESOB junto de uma população escolar completamente diferente” da do privado. “Acolhemos todos os alunos, mesmo os excedentes de outras escolas”, acrescenta, desafiando a que se faça igualmente um ranking inverso, ou seja, do número de alunos que consegue entrar nas opções pretendidas (Ensino Superior), já que a ESOB conseguiu, este ano, colocar vários alunos nos cursos superiores com médias mais elevadas.
Apesar da lista do Ministério da Educação dar azo a várias interpretações, os especialistas na área da Educação alertam que a tabela das escolas com os melhores resultados nos exames nacionais só é um indicador válido se não extrapolarem para outras conclusões.
Mas é um facto que não se registaram grandes alterações em relação a 2009. Tal como nos anos anteriores, os primeiros lugares foram ocupados pelo ensino privado.
Catarina Cerca