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Aveiro // Região  

Como as empresas podem fugir à crise?

Internacionalizar, inovar e competir. Serão estas as soluções para que as empresas da Bairrada possam escapar à crise financeira.
Na penúltima quinta-feira, Nogueira Leite, presidente da Comunidade Portuária de Aveiro, defendeu, durante o 2.º Fórum Empresarial da Região de Aveiro, promovido pela Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA), a importância das empresas inovarem, desenvolvendo, desta forma, vantagens competitivas. Recorde-se que o Fórum Empresarial, realizado no Centro Cultural de Ílhavo e que teve o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República, pretendeu reunir o tecido empresarial e os agentes económicos da região, promovendo um espaço de debate alargado.

Inovação. Nogueira Leite, presidente da Comunidade Portuária de Aveiro e Administrador do Grupo Mello, defendeu que “inovação deve ser vista numa perspectiva de desenvolvimento no crescimento empresarial. A inovação é um aspecto essencial para desenvolver vantagens competitivas essenciais”.
Afirmou ainda que “a inovação vai ser uma aposta para as empresas que a souberem aproveitar.” “Não é um slogan”, advertiu, explicando que “a inovação é uma das armas mais eficazes na diferenciação. No entanto, o investimento em I&D ainda tem sido muito pouco”.
“A região de Aveiro é um exemplo paradigmático dos bons investimentos de empresas em investigação e desenvolvimento, como é o caso da indústria do calçado”, disse.

Estratégias. O ministro da Economia, Vieira da Silva, que presidiu ao Fórum, afirmou que tem visitado muitas empresas no distrito de Aveiro e que “estas têm uma enorme capacidade de ultrapassar as adversidades e de produzir resultados muito grandes”.
“Há empresas nesta região que conseguem fazer uma leitura adequada e fazer uma mudança de estratégia”, acrescentou, afirmando que “o distrito de Aveiro está na liderança dos fundos comunitários”. “Apenas no sector empresarial existem 600 projectos de investimentos (800 milhões de investimento, com incentivos superiores a 300 milhões) que representam 13% dos projectos aprovados no pais.” “Esta região constitui um factor de esperança e de estímulo para o crescimento da nossa economia. O próprio espírito associativo, empresarial, será, porventura, o principal factor de dinamismo”, acrescentou o governante, dando conta de que “no distrito de Aveiro foi conseguida uma das mais virtuosas articulações entre a vertente empresarial e a investigação”. “Uma ligação entre o sector económico e o sector universitário [Universidade de Aveiro]. Este será um caminho de sucesso”, reforçou.

Empreendedorismo. Valdemar Coutinho, presidente da direcção da AIDA, começou por recordar que “a região de Aveiro é, reconhecidamente, dinâmica e empreendedora, assumindo uma posição de relevo no que diz respeito ao desenvolvimento económico do país”.
“E não sou eu que o digo, são os dados económicos disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística. O distrito de Aveiro posiciona-se em 4.º lugar na lista de contribuintes de IRC (atrás de Lisboa, Porto e Setúbal), o que corresponde à soma do IRC dos distritos de Coimbra e Leiria, representando o PIB da região 5,6% do PIB nacional.”
O presidente da AIDA sublinhou ainda que “não podemos aceitar que as PME, que constituem 99% do tecido empresarial português, continuem a ser utilizadas como bandeira de discursos políticos demagógicos e inconsequentes”.