Um novo quartel, novas viaturas, fardamentos e equipamentos de protecção individual. Estas são as prendas que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia (AHBVA) gostava de ter no sapatinho, mas que vão continuar a não passar de desejos, muito embora o autarca Litério Marques tenha, durante o evento, anunciado que o próximo passo, haja ou não subsídios, será a construção de um novo quartel.
O Natal e aniversário foram, este ano, celebrados de forma mais triste e simples, no passado dia 20.
A comemorar o 77.º aniversário, a AHBVA assinalou a data com um conjunto de promoções e condecorações de vários elementos do corpo activo, a que se seguiu o jantar de Natal no restaurante “O Sancho”, com distribuição de prendas às crianças e cabazes de Natal aos bombeiros.
Incertezas quanto ao futuro. Na oportunidade, Mário Teixeira, presidente da AHBVA, falou dos 77 anos de vida, marcados pela resolução das mais diversas dificuldades e adversidades, só possível graças “a todos os que se entregaram a esta nobre causa”.
Perante mais de 300 convivas, destacaria a importância do Grupo de Intervenção Permanente que, com poucas semanas de existência, (iniciou funções no passado dia 1 de Dezembro) devem ser “profissionais, capazes de honrar a farda” até porque, como sublinhou, “a autarquia e a população têm os olhos em vós”.
A terminar, faria um apelo aos anadienses, à autarquia e à tutela para que ajudem a AHBVA a resolver dificuldades de natureza material que são sobejamente conhecidas. Carências da mais variada ordem com que a corporação se debate e que Mário Teixeira não deixou de frisar: “são as instalações que faltam, os instrumentos necessários para a prossecução das diversas tarefas – viaturas, fardamentos, equipamentos de protecção individual”. Dificuldades que têm sido supridas pelos serviços prestados no transporte de doentes, pelos subsídios da tutela, pela autarquia, pelas cotizações dos sócios, pela angariação de fundos.
Contudo, “os ventos de mudança que se avizinham e as incertezas quanto ao futuro preocupam-nos e leva-nos a encarar os próximos tempos com apreensão.”
Espírito de sacrifício e coragem. Também o comandante Eduardo Matos aproveitaria para falar de algumas preocupações que diariamente o afligem, reconhecendo, contudo, nos homens e mulheres que dão vida ao corpo de bombeiros “profissionais dedicados, com espírito de sacrifício, corajosos e competentes”.
“Os bombeiros têm sido capazes de ultrapassar diversas dificuldades, demonstrando enorme capacidade operacional organizada”, disse, acrescentando que, apesar de condicionalismos e cortes orçamentais, “continuam a trabalhar empenhadamente, procurando responder positivamente a todos os desafios e solicitações cada vez mais exigentes.”
Aos recém-promovidos, falou das exigências da missão que abraçaram, “que vos obriga a estarem permanentemente disponíveis, obrigando a severos sacrifícios e que muitas vezes vos obrigará a gerir de forma imediata, subalternizando os deveres familiares”.
Eduardo Matos terminaria recordando que ser bombeiro “é assumir-se como factor de promoção do exercício activo, pleno de participação, com o objectivo de salvaguardar vidas, bens e haveres da população”.
Catarina Cerca