A roupa de Verão foi a mais procurada, no entanto calças, camisas de dormir, pijamas, robes, blusas e lenços, bem como muitas peças de roupa de criança integraram a lista das preferências de quem visitou e comprou na 1.ª Feira Solidária promovida pela Misericórdia da Freguesia de Sangalhos, entre 30 de Maio e 9 de Junho.
Um evento com uma duração inicial de uma semana mas que acabaria por se prolongar por 11 dias, dada a adesão de utentes, mas também da comunidade da freguesia e dos lugares e instituições de freguesias vizinhas.
Marta Oliveira, Educadora Social da Santa Casa, trabalha há alguns anos com os utentes mais idosos da instituição e reconhece que o sucesso do projecto a eles se deveu: “envolveram-se de uma forma exemplar, não só na sua divulgação mas também porque dinamizaram a Feira, responsabilizando-se pela mesma”.
A iniciativa surgiu do facto da Santa Casa ter em stock muitas peças de vestuário doadas à instituição. “Chegámos a um ponto em que tínhamos muita roupa que não era funcional para os nossos utentes. Fez-se uma selecção e a que era menos prática para eles foi canalizada para esta 1.ª Feira Solidária”, revelou Marta Oliveira, dando conta de que, “para além de já terem sido guardadas peças para a próxima estação fria, estamos a equacionar fazer uma nova venda no Outono, dado o sucesso desta 1.ª edição”.
As peças (roupa de homem, senhora, criança, calçado, carteiras e acessórios), novas ou em segunda mão, à venda entre os 20 cêntimos e 1 euro, despertaram a atenção de muita população.
“Tínhamos algum receio que não tivesse grande adesão, mas estamos surpreendidos. Os idosos incentivaram familiares e amigos a visitar a feira, assim como algumas instituições nossas vizinhas trouxeram cá os seus idosos”. O resultado não poderia ser melhor e pouco a pouco o stock foi diminuindo, com muitos visitantes e idosos (que vivem de magras reformas) a poderem aqui encontrar vestuário de qualidade e a um preço simbólico, bem como muitas pessoas da comunidade com menos recursos também aqui encontraram peças úteis. “No Dia da Criança saíram imensos brinquedos”, evidenciando que em tempos de crise e de maiores dificuldades económicas, é sempre possível encontrar uma forma de deixar uma criança mais feliz.
Marta Oliveira destaca ainda o facto de, no decorrer da Feira, terem chegado mais ofertas de vestuário, através de pessoas da comunidade que, sabendo da iniciativa quiseram, uma vez mais, ajudar a instituição. No entanto, reconhece que algumas das peças que ficaram por vender poderão ter como destino algumas famílias carenciadas da freguesia.
De referir que toda a verba angariada durante a Feira reverte a favor das necessidades (situações prioritárias) dos utentes idosos da Santa Casa de Sangalhos.
Catarina Cerca