A rutura numa caixa de saneamento básico terá estado na origem da contaminação de uma regueira foreira que desagua no rio Cértima.
Depois de alertado pelo Jornal da Bairrada, António Floro, autarca de Sangalhos, que se mostrou inicialmente surpreso com a situação, que desconhecia, em colaboração com os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Anadia (SMAS), conseguiu detetar a origem do mau cheiro que se fazia sentir ao longo do caminho do Barroco, em Sá-Sangalhos e junto à Ponte do Moínho Novo.
Depois de uma deslocação, no dia 4, ao local para se inteirar do problema, António Floro e uma equipa dos SMAS fizeram a pé, no dia seguinte, o percurso da regueira foreira e conseguiram detetar a origem do foco poluente – uma caixa de saneamento básico rebentada e subterrada (talvez por descuido, de uma máquina agrícola) que terá causado o entupimento do ramal de saneamento, fazendo com que este transbordasse para a regueira foreira e contaminasse o leito do rio.
“Já detetámos a origem do problema e todas as caixas de saneamento na zona estão a ser revistas. De dentro de uma delas foi retirado um enorme plástico de embalar paletes”, revelou o autarca de Sangalhos, alertando ainda para descuido e facilitismo das pessoas que acabam por ser as responsáveis por estes problemas.
O caminho do Barroco, em terra batida, serve apenas terrenos agrícolas, pinhais e vinhas, entre Sá e Avelãs de Caminho, sendo a Ponte do Moínho Novo que faz a divisão entre as duas freguesias do concelho de Anadia.
Embora esteja próximo do IC/2, poucos são os que por ali circulam, pelo que é impossível determinar há quanto tempo este foco de poluição ali se encontra.
Denúncia. O alerta para esta questão foi comunicado através de uma denúncia ao Jornal da Bairrada, no início da última semana.
O mau cheiro preocupava quem por ali passava, ou por ali tem terrenos de cultivo. Tudo porque a regueira foreira existente ao longo do caminho do Barroco, que desagua no rio Cértima, ainda do lado da freguesia de Sangalhos, estava contaminada. As suas águas turvas e leitosas, com um cheiro nauseabundo, estavam a contaminar as águas do rio Cértima.
Na verdade, quem por ali passa facilmente se apercebe de algo de errado, já que é impossível ficar-se indiferente ao cheiro nauseabundo e à cor leitosa das águas da rigueira que, escondidas pelas silvas ao longo do caminho, desaguam poluídas no leito do Cértima.
No local esteve também a equipa do SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente) do Destacamento da GNR de Anadia, que confirmou a existência de uma caixa de saneamento partida e subterrada, prosseguindo a investigação para apurar responsabilidades.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt