“Urge na região encontrar um novo fio condutor que possa unir os operadores em torno de um objetivo comum”, avançou na sua tomada de posse, à frente dos destinos da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB), José Pedro Soares que, à vasta plateia presente, no auditório do Museu do Vinho, em Anadia, admitiu começar agora um novo ciclo para a Bairrada e para a fileira.
No cargo que diz desempenhar com “dedicação, empenho e isenção máxima”, este enólogo, nascido em Mogofores, não esquece que é preciso crescer no percentual de vinhos certificados que são ainda diminutos face ao vinho que é produzido na região. Por isso, quer apostar “no diálogo com os agentes económicos do setor”, por forma a auscultar as necessidades de cada um e “encontrar caminhos comuns”.
Aos presentes revelou que o seu mandato irá assentar em três vetores fundamentais: no potencial imenso que a região possui, ao nível vitivinícola e das condições singulares que a caracterizam; a que se soma o potencial de recursos humanos que são verdadeiros ícones do mundo dos vinhos; mas também no fator diferenciador que caracteriza os produtos aqui elaborados “singulares, exclusivos e sofisticados, que têm sido referência na crítica especializada, sejam eles vinhos brancos, tintos ou espumantes, ao nível do melhor que se produz no país.”
Pedro Soares não deixou de referir que, com trabalho, empenho e dedicação, será possível “transformar dificuldades em oportunidades”, assim como defendeu que quer tornar a Bairrada “uma região vitivinícola de maior qualidade e notoriedade”. Concluiria dizendo ser preciso “moldar a nosso favor o futuro da região, preservando a identidade dos seus vinhos, fator distintivo num mundo cada vez mais globalizado”, mas também que “as diferenças devem unir-nos em riqueza”.
Apoio da tutela. Na oportunidade, Maria João Pires, do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e Adelina Martins, diretora da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAP-Centro), deixaram palavras de alento à nova direção da CVB.
Adelina Martins disse que “o Governo está empenhado em apoiar os produtores e as fileiras mais estratégicas”, como é o caso do vinho: “A CVB permite diferenciar o que se produz de tão bom”, sendo essa diferenciação “a porta em termos qualitativos”. Também Maria João Pires prometeu “o necessário apoio e colaboração institucional”.
Elevar a marca Bairrada. Por último, Fernando Castro, que assume a presidência do Conselho Geral referiu que o futuro da Bairrada “será aquilo que as suas gentes e os seus operadores económicos quiserem que ela seja”, sendo certo que para além das divergências de opinião normais, “é preciso encontrar pontos de convergência que permitam sólidas conclusões”. Fazendo um apelo à união e ao interesse coletivo que “deve estar acima do particular”, Fernando Castro acrescentou ser preciso contar com a colaboração empenhada das diversas instituições com as quais a CVB pretende articular-se, sobretudo as que operam na região, sejam autarquias, associações comerciais e industriais, Rota da Bairrada, entre outras. Porquê? A seu ver ,“todos podem dar um contributo para elevar a marca Bairrada”, sem esquecer a necessidade de continuar a trabalhar com boa articulação com a DRAP Centro e com o IVV, organismos a quem deixou um recado: “a Bairrada nunca pretendeu ser o patinho feio no processo de reorganização do setor, estando disposta a desempenhar a sua quota-parte, desde que lhe sejam asseguradas garantias de manutenção da sua denominação de origem e que não seja objeto de tratamento discriminatório das decisões superiormente tomadas”.