Mário Teixeira foi reeleito presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia (AHBVA), para o triénio 2012/2014, em Assembleia-geral, realizada no último domingo. Durante a Assembleia foram ainda conhecidas as rifas de angariação de fundos premiadas, para aquisição de uma nova viatura de combate a fogos florestais, assim como aprovada a criação de uma quota familiar.
Mandato positivo. Embora pouco participada, a Assembleia-geral da AHBVA aprovou, por unanimidade, as contas relativas ao ano de 2011, assim como o plano e orçamento para 2012.
O mandato que agora termina (2009-2011) tem um balanço positivo, muito embora o projeto do novo quartel não tenha avançado, dado os condicionalismos financeiros e a crise que o país atravessa.
“Terminámos estes três anos com a consciência do dever cumprido e com a certeza de deixarmos a Associação e o seu corpo de bombeiros mais atualizado e atuante”, disse na ocasião Mário Teixeira, revelando também que dos objetivos cumpridos se salientam: arranjos no atual edifício; manutenção das viaturas, nomeadamente as destinadas à Saúde, sem contudo descurar as outras vocacionadas para o combate a incêndios; aquisição de novo fardamento; angariação de cerca de 300 novos sócios, embora o número desejado fosse muito maior; realização de campanhas de angariação de fundos que culminou com a venda de rifas; formação em 2011 da equipa de bombeiros em permanência e forte investimento na formação dos bombeiros.
“Houve a preocupação de manter a situação financeira equilibrada”, referiu, ainda que no ano de 2011 se tenha registado uma redução substancial no transporte de doentes não urgentes (-40%). A par desta situação, registou-se ainda um avolumar de serviços prestados pendentes, ou seja, por pagar. O ano de 2011 fica também marcado por um aumento com combustíveis. “As nossas viaturas andaram menos quilómetros, mas gastámos mais dinheiro em combustível”, dando conta de que esse valor ronda cerca de 10 mil euros/mês.
Por isso, o Conselho Fiscal recomendou, no seu parecer, “uma reflexão sobre a estrutura de gastos da Associação, face à tendência de quebras das receitas, quer nos serviços de assistência, quer na previsível redução dos apoios das entidades públicas”.
Perspetivas para 2012. Na introdução do ponto, Mário Teixeira diria aos presentes que o orçamento “foi efetuado tendo em conta a crise e dificuldades que atravessamos. Quisemos não ser muito audaciosos para depois não faltar, porque queremos cumprir o que prometemos”, sublinhou.
Aos presentes deu conta de que, “apesar dos tempos difíceis, não pouparemos esforços para que, ao chegarmos ao términus do mesmo, nos sintamos realizados”. Por isso, falou na necessidade de dimensionar os meios (recursos humanos, físicos e materiais) no que concerne à nova realidade do transporte de doentes, sendo neste ponto a prioridade a manutenção dos postos de trabalho dos bombeiros-trabalhadores.
Por outro lado, a direção quer adquirir novos fardamentos e equipamentos indispensáveis que são de grande desgaste, assim como irá ser dinamizada uma angariação de fundos e intensificar a entrada de novos sócios, principalmente empresas da região.
Mário Teixeira não deixou de aflorar também a questão do novo quartel, um sonho que se mantém adiado, por isso a aposta será feita na manutenção e conservação do atual. “Não desistimos de um novo quartel, mas compreendemos que será difícil levar por diante esta nossa vontade, pois sabemos que os dinheiros são poucos”.
Na oportunidade, falou da intenção de mobilizar os jovens para o voluntariado, sensibilização que será feita junto dos vários estabelecimentos de ensino do concelho, assim como continuar a investir na formação de bombeiros.
Rifas premiadas. Em curso esteve, nos últimos dois meses, uma campanha de venda de rifas para angariação de fundos, destinados à aquisição de um veículo de combate a incêndios.
A viatura foi atribuída à corporação pela Autoridade Nacional de Proteção Civil. Trata-se de uma viatura pesada para combate a incêndios florestais, cujo custo ronda os 140 mil euros. Contudo, para a concretização desta aquisição, a corporação foi forçada a elaborar uma candidatura ao QREN, que comparticipa a viatura com 70% daquele valor, cabendo à AHBVA suportar os restantes 30%, ou seja 40 mil euros.
“A venda das rifas decorreu de forma normal, mas não atingiu as nossas expetativas, pois o tempo de venda também não foi muito. Acredito que até à chegada da viatura (durante o segundo semestre deste ano) teremos arranjado a verba necessária”, revelou.
Números das rifas premiadas: 1.º prémio: 04687; 2.º prémio: 07979; 3.º prémio: 16490; 4.º prémio: 14997; 5.º prémio: 18199; 6.º prémio: 00196.
Catarina Cerca
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