A Quinta das Bágeiras, do produtor Mário Sérgio Nuno, volta a ser notícia, pelas melhores razões. Cá dentro, como lá fora, os prémios e as distinções sucedem-se, evidenciando que a região demarcada da Bairrada continua a ser berço de alguns dos melhores néctares produzidos no país. Falamos, hoje, do Garrafeira branco 2009 que, diga-se, só por curiosidade, antes dos prémios e das distinções alcançados, já estava esgotadíssimo (apenas foram engarrafadas 3276 garrafas). No entanto, os amantes dos bons néctares podem contar, ainda durante este mês de março, com o lançamento do Garrafeira branco 2010.
As melhores críticas. É um facto, que a região não pode ficar indiferente ao Garrafeira branco 2009, que foi considerado pelo conceituado crítico de vinhos português, Rui Falcão, “o melhor vinho do ano 2012”.
No guia de vinhos que anualmente edita, Rui Falcão considerou nesta edição de 2012 (primeiro ano em que publica o capítulo dedicado ao Melhor Vinho do Ano) e depois de classificar 4300 vinhos, que o Garrafeira branco 2009, da Quinta das Bágeiras, “se eleva, por direito próprio, ao ponto mais alto da hierarquia qualitativa dos vinhos portugueses”. Um branco que Rui Falcão considerou ser “impressionante em todos os sentidos, do nariz à boca, da finura à precisão”. Nos seus comentários, diz ainda que “a escolha recaiu sobre um vinho branco, curiosamente de uma das regiões menos estimada pelos portugueses”, considerando a Quinta das Bágeiras “um dos guardiões das tradições da região”, responsável pela produção de “um número assombroso de vinhos excecionais, repletos de caráter, repartidos equitativamente entre brancos e tintos”.
Mas, se fui Falcão – que colabora também na conceituada revista Wine – faz estas considerações, aquela que é considerada por muitos a mais emblemática revista nacional da especialidade, Revista de Vinhos, na edição de fevereiro, distinguiu este vinho com o Prémio de Excelência. De resto, o painel de provadores da Revista de Vinhos escolheu “os melhores entre os melhores”, num total de 30 vinhos merecedores de um Prémio de Excelência. Uma vez mais, o Garrafeira branco 2009, obteve as melhores críticas. Contudo, convém destacar que apenas foram contemplados três brancos, dois deles do Dão, sendo o único vinho distinguido da região da Bairrada, este do produtor Mário Sérgio Nuno.
“São considerações que me deixam honrado”, avançou a JB, dizendo que estas referências são igualmente boas para a região: “hoje é um vinho meu, amanhã quem sabe, pode ser de um outro produtor ou empresa da região”.
A JB, o produtor bairradino recorda que se trata de “um vinho com grande capacidade de envelhecimento (10 a 20 anos), mas também um vinho que rompe com o que estava instituído ao contrariar um estilo formatado de vinhos brancos”.
“Este tipo de vinhos mostra que quem dita as regras do jogo é o mercado e os consumidores que não se importam de pagar um preço mais elevado por um vinho de que gostam”, diz.
A título de curiosidade, refira-se que a Quinta das Bágeiras foi considerada pela revista americana Wine&Spirits, de dezembro de 2011, uma das cem melhores adegas do mundo.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt
Valéria Zeferino disse:
Tive sorte de provar este vinho, ainda muito antes de for tão falado. Foi no verão passado, numa prova sega de vinhos brancos, organizada pelo Wines O’Clock Lisboa. Foi o último da prova. Adorei o vinho desde o primeiro cheiro e com o primeiro gole deixou-me sem palavras. Era a sensação como se tivesse descoberto absolutamente algo novo neste mundo… Comprei logo uma garrafa (devia ter comprado mais!) e não tive a paciência de a guardar… Agora já não há em lado nenhum. Resta-me apenas a memória do prazer que o Quinta das Bágeiras Garrafeira 2009 me proporcionou.