O percurso pedestre “Rota Flor-de-Lis” pretende dar a conhecer a freguesia de Avelãs de Cima, no concelho de Anadia, em todas as suas vertentes (ambiental, paisagística, cultural e religiosa), percorrendo as suas 15 aldeias, através dos caminhos das 16 capelas.
Esta Rota, que demorou dois anos a ser desenvolvida por Patrícia Almeida, Eduardo Figueiredo e Karina Almeida, do Agrupamento de Escuteiros 836 de Avelãs de Cima, já está registada na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal com a designação “Grande Rota n.º 32”.
A sua apresentação teve lugar no último sábado, na sede do Agrupamento, na Figueira.
Patrícia Almeida, caminheira do Agrupamento 836, deu a conhecer aos muitos convidados presentes que esta grande rota “é um passo muito importante na vida do Agrupamento, uma vez que pretende projetar a freguesia, dando-a a conhecer a outras regiões e países”.
Este percurso pedestre, com 33 quilómetros, vai ser agora alvo de um investimento que terá a colaboração da Câmara Municipal de Anadia e da Junta de Freguesia de Avelãs de Cima, por forma a que seja colocada a necessária sinalética, elaborados mapas e impressos panfletos que permitam aos visitantes orientar-se no percurso circular da Rota Flor-de-Lis que vai percorrer as 15 aldeias e será uma forma de dar a conhecer a todos aqueles que pretendam fazer a rota, o património religioso, usos, costumes e tradições da freguesia. O pedestrianista será obrigado a passar pelas 16 capelas até à Igreja Matriz de S.Pedro. “O trajeto é circular, pois inicia e termina na Igreja Matriz”, avançou Patrícia Almeida, dando conta de que o percurso poderá demorar dois dias a fazer, estando em estudo a pernoita no lugar da Mata de Cima, mais concretamente numa casa de pasto ali existente e que está a ser negociada.
Com um grau de dificuldade considerado difícil, esta Rota terá agora de contar com o apoio de parceiros, nomeadamente empresas da região e autarquias para poder ser implantado, uma vez que vai ser necessário manter os caminhos limpos e transitáveis ao longo do ano, assim como vai ser necessário proceder à colocação de 270 placas e 270 postes de madeira com o mais variado tipo de informação: caminho certo, caminho errado, mudança de direção à esquerda ou à direita, localização, altitude, locais a visitar, cuidados a ter, contactos úteis etc). Junto a cada capela será igualmente colocada uma placa com dados históricos sobre o tempo.
Na oportunidade, Patrícia Almeida recordou que este projeto nasceu de um sonho do chefe Paulo Ferreira, fundador do Agrupamento de Avelãs de Cima que aos presentes lembrou: “se eu fui o arquiteto da Rota, eles (escuteiros) foram os engenheiros”. Fazendo votos de que esta seja uma rota de todos, Paulo Ferreira diz acreditar que “quando a Rota estiver disponível será procurada por muitos visitantes, mesmo do estrangeiro”.
Paulo Ferreira explicou ainda que o nome da rota “Flor-de-Lis” prende-se com o símbolo que identifica os escuteiros (flor-de-lis) e que por ter sido um projeto elaborado pelos escuteiros foi adotado o seu símbolo.
Rosa Tomás, vereadora da Cultura e da Educação do município anadiense, considerou a rota “uma ideia brilhante”, por ser “um produto novo do concelho que se materializa desta forma”, deixando a garantia de que a Câmara será um parceiro do projeto dada a sua importância e originalidade.
A autarca deixou ainda uma dica no sentido do Agrupamento 836 se candidatar a financiamento para a Rota junto da Entidade de Turismo do Centro e da CCDR-Centro: “este é o timing certo. É preciso agora unir esforços e aproveitar esta oportunidade, já que a Rota tem um potencial imenso que precisa de ser explorado”.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt