Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Anadia vão ser integrados na Câmara Municipal de Anadia. A Assembleia Municipal de Anadia aprovou, por maioria, com os votos contra dos dois deputados do CDS/PP, a proposta de integração, apresentada pelo executivo da Câmara Municipal.
Tal como JB avançara oportunamente, o autarca Litério Marques propôs a integração dos SMAS do município no quadro da Câmara Municipal.
Na apresentação do ponto, Litério Marques explicou que, “por força da Lei, estava a tornar-se insustentável porque não tínhamos capacidade de resposta em termos de apoio aos munícipes. Por outro lado, a Lei limita as chefias. Era necessário reduzir de oito para seis os funcionários com cargos de chefia”, adiantando que o executivo entendeu que associando os SMAS à Câmara haveria “mais possibilidade de controle humano, técnico e financeiro”, ao mesmo tempo que “não traz prejuízo aos funcionários, que ficam afetos ao quadro de pessoal da Câmara”.
O edil anadiense acredita que assim “se cria uma estrutura mais sólida, capaz de dar resposta ao que hoje se pede”, ao mesmo tempo que, por recear, em termos de futuro, uma eventual tentativa de privatização dos SMAS, esta, a seu ver, será a forma de assegurar os postos de trabalho dos atuais funcionários dos SMAS.
“Não fiz isto sem conhecimento dos trabalhadores, que foram unânimes em aceitar a proposta”, explicou.
Rui Marinha, do PS, embora não concordando com todos os pontos da fundamentação que norteia esta integração, alertou para o facto de que a alienação dos SMAS pode ser decidido pela Câmara Municipal em qualquer altura: “depende de quem vier a seguir”.
Por outro lado, também Sidónio Carvalho, do CDS/PP, mostrou alguma reserva quanto a esta solução: “a reafetação de um serviço a outro dá mau resultado”, assim como também referiu não concordar com mais de metade dos pontos da fundamentação. “Tenho dúvidas que a passagem dos SMAS para a Câmara se venha a traduzir em melhoria dos serviços”, acrescentou.
Rafael Timóteo, do PSD, congratulou-se com esta mudança: “a ideia da Câmara é proteger o município desta sede interminável de bons negócios que andam no país”, diria, propondo à AM que fosse mais longe e que arranjasse uma forma de trancar os estatutos dos SMAS, por forma a evitar a alienação ou venda das águas de Anadia.
“Devemos tornar ainda mais difícil, no futuro, que alguém consiga vender ou alienar os SMAS”, referiu.
Na oportunidade, o edil anadiense explicou à Assembleia que Anadia “tem sustentabilidade em água de qualidade”, considerando um crime a ideia de, no futuro, alguém ser capaz de vender as águas do município.
De resto, Anadia que tinha dois furos tem, no presente, um conjunto de nove furos nos lugares de Espairo, Óis do Bairro, Mata, Ferreirinhos, Azenha, Levira, Anadia e Sangalhos.
Comparando a água de Anadia a uma “dama dourada”, o edil reconheceu que em matéria de saneamento, embora o concelho fique com uma cobertura de 95%, a autarquia teve de assumir compromissos (no âmbito do financiamento a 85% do QREN) e até 2015 o saneamento, no concelho, terá de estar ao mesmo preço dos restantes concelhos. “Fizemos uma atualização das taxas, mas ainda estamos muito longe de Câmaras vizinhas que cobram o dobro de Anadia”, sublinhou.
CC