Um homem de 22 anos, de Ovar, mas que à data dos factos (2009) residia na casa da irmã do ofendido, no Cercal, começou a ser julgado, na penúltima quarta-feira, por, alegadamente, ter desferido um pontapé nos testículos do tio.
Flávio S. está acusado da prática de um crime de ofensas à integridade física qualificada. Na primeira sessão do julgamento optou por não falar, remetendo-se ao mais profundo silêncio.
De acordo com a vítima, residente no Cercal, o arguido desferiu-lhe um pontapé na zona genital numa altura em que tinha sido operado e andava com uma sonda.
O ofendido contou ao tribunal que naquele dia de verão, já era de noite, estava a conversar com um colega, quando, inesperadamente, faltou a luz e reparou, em ato contínuo, que o quarto, onde vivia o Flávio (o alegado agressor) estava a arder. “Cheguei lá acima e disse-lhe: com uma mangueira aqui ao lado e não apagavas as chamas! E foi nessa altura que me deu um pontapé na zona onde fui operado. Era só sangue preto e depois acabei por ir para o Hospital de Coimbra”, explicou, afirmando que, na sequência desse pontapé, acabaria por perder o emprego. “Estive dois meses de baixa e perdi o emprego”, disse.
Outro alvo. Um outro inquilino da casa da irmã do ofendido contou uma versão algo diferente ao tribunal, afirmando que “o pontapé não terá sido desferido, propositadamente, em direção da vítima, mas, sim, ao Sr. Luís que tentou agredir o Flávio. O tio não lhe fez nada, acabando por levar um pontapé que às tantas era para acertar em outra pessoa”.