O difícil acesso aos comboios na estação ferroviária da Pampilhosa levou mais de centena e meia de utentes a assinar uma petição para que este problema seja resolvido. Os signatários do documento denunciam que nem todos os passageiros conseguem aceder aos comboios (nomeadamente os que têm mobilidade reduzida), alegam que esses se vêm forçados a encontrar meios de transporte alternativos de custo mais elevado e recordam que as obras de regularização das plataformas da estação já estão previstas “há muito tempo” sem que nada se concretize. O documento deu entrada ontem na Câmara Municipal e foi remetido, pelo Presidente da Câmara, para o Conselho de Administração da REFER.
Subir para um comboio na estação ferroviária da Pampilhosa não está ao acesso de todos. Deficientes motores, cegos, idosos ou apenas pessoas de baixa estatura, com bagagens pesadas, grávidas ou com crianças ao colo podem sentir extremas dificuldades ou nem conseguir de todo fazê-lo. O problema está nas plataformas de acesso aos comboios da estação da Pampilhosa, cujas obras de regularização já estão previstas há alguns anos, mas ainda não se realizaram. E, para os utentes, as esperanças de que se concretizem, no atual quadro de crise que o país atravessa, são cada vez menores.
Todavia, essa barreira arquitetónica causa transtorno a um grande número de utentes, que se vêm forçados a encontrar meios de transporte alternativos. Indignados com a situação, mais de centena e meia de utilizadores decidiu assinar uma petição a exigir a regularização das plataformas da estação da Pampilhosa. Os signatários argumentam que “as obras de regularização, previstas há muito, não se realizaram ainda” e que é enorme o “transtorno causado a inúmeros utentes, principalmente aos mais idosos, que são forçados a encontrar meios de transporte alternativos com maiores custos e muitas vezes a terem de se deslocar de táxi à estação da Mealhada para apanharem o comboio para Coimbra”. Para além disso, acrescentam, “a manutenção deste cenário contraria todos os normativos legais e as diretivas comunitárias sobre acessibilidades”.
“Os abaixo-assinados exigem a implementação de medidas urgentes que permitam a melhoria dos acessos aos comboios, em particular na linha 2 norte, da estação da Pampilhosa”, pode ler-se do documento que, como resolução do problema, indica “a elevação das respetivas plataformas ou o rebaixamento das linhas para níveis razoáveis de acesso a todos os passageiros”.
O documento conta com 168 assinaturas, deu entrada no dia 9 de abril nos serviços da Câmara Municipal da Mealhada e já foi remetido, pelo Presidente da Câmara, Carlos Cabral, para o gabinete do Presidente do Conselho de Administração da REFER. O Presidente da Câmara igualmente manifestou a indignação da autarquia perante “uma política de desativação do entroncamento ferroviário da Pampilhosa, que é visível há alguns anos e que claramente viola a lei em vigor, como é o presente caso da acessibilidade dos passageiros aos comboios”.