O “Domus Café”, localizado na Praça da Juventude, no centro da cidade de Anadia, voltou a estar na ordem do dia, na última Assembleia Municipal, realizada no dia 30 de abril.
Tiago Coelho, deputado do PS, juntou-se às vozes críticas dos vereadores socialistas, Lino Pintado e José Carlos Coelho que, na reunião de câmara anterior, tinham questionado o autarca Litério Marques sobre o facto daquele espaço não estar alugado, até porque na hasta pública, realizada pelo município em fevereiro, para adjudicação do direito de exploração do “Domus Café”, não apareceu qualquer interessado.
O deputado Tiago Coelho considera também o preço base de licitação de 1.500 euros, demasiado alto, sugerindo, que este descesse para metade.
Para Litério Marques “a dinamização da Praça da Juventude e o aluguer do “Domus Café” tem de ser bem ponderada até porque está ali investido muito dinheiro público”. Por isso, referiu que “a Câmara se reserva ao direito de fazer um bom negócio e não de oferecer um bem que custou a todos”, dando conta que existem outras alternativas em carteira para a sua exploração. Litério Marques acrescentaria que “a proposta do PS não agrada à Câmara e põe em causa o interesse do próprio município”.
Tiago Coelho considerou o valor atual nada atrativo e deu como exemplo o facto de espaços semelhantes, na cidade do Porto, estarem alugados por 500 euros. Também o deputado João Tiago Castelo Branco, do CDS/PP, se mostrou contra o valor da renda pedida pela Câmara. “Basta que o senhor prossiga o interesse público”, defendendo ainda que a Câmara deve fomentar a atividade económica e não tem de ter lucro com o aluguer daquele espaço”. O deputado centrista recordou ainda que é preciso ter em consideração que “o comércio no centro de Anadia está a fechar”, assim como diz não perceber por que motivo o parque de estacionamento subterrâneo, realizado no âmbito das obras da regeneração, continua fechado.
Também Manuel Cardoso Leal, líder da bancada socialista, não deixou de lamentar a desertificação do centro da cidade e o facto de não se estar a revitalizar e a dinamizar o centro, nomeadamente a Praça da Juventude: “é preciso dar-lhe o conteúdo humano que ela merece”, concluiu.
Equipamentos sem utilização. Mas não foi só o “Domus Café” a suscitar críticas e dúvidas quanto ao efetivo benefício e proveito que os munícipes estão a tirar desta obra realizada no centro de Anadia. O projeto de requalificação urbanística e paisagística de toda a área existente a nascente do edifício dos Paços do Concelho, orçado em mais de 3 milhões de euros, criou uma série de infraestruturas que permanecem vazias: são os casos do Edifício Serviços de Proximidade, Domus Café, Praça da Juventude e Parque de Estacionamento subterrâneo para 138 viaturas. A obra, iniciada em 2009, foi inaugurada a 5 de outubro de 2012.
O deputado João Morais, da CDU, lembrou ainda que, há já três meses, questionara o executivo sobre a entrada em funcionamento dos sanitários públicos localizados na praça. “Hoje constato que permanecem fechados”, disse, sendo de todos conhecido também que o quiosque multimédia da Praça está desligado. Litério Marques explicou apenas que no dia seguinte, portanto, a 1 de maio, as instalações sanitárias seriam abertas ao público.
Catarina Cerca