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Sangalhos DC: Novo pavilhão vai permitir ao clube fazer mais e melhor na formação

 

Associado à comemoração do 73.º aniversário, o Sangalhos Desporto Clube (SDC) inaugurou, no último sábado, o seu novo pavilhão de treinos e recuperação do pavilhão principal. Uma obra orçada em cerca de 900 mil euros, suportada inteiramente pela Câmara Municipal de Anadia e construída no espaço de um ano.
Neste dia de festa histórico para o clube sangalhense, foram ainda prestadas várias homenagens: aos fundadores, aos vários títulos alcançados ao longo de décadas pelo clube no basquetebol e no corfebol, mas também ao grande “Bill”, ex-jogador já falecido e que para todos “é um símbolo do verdadeiro espírito do basquetebol”.
Apesar da chuva que teimou em cair, a família SDC esteve reunida para conhecer o novo campo de treinos polivalente que se “transforma” em dois campos atravessados ou num campo com medidas regulamentares. Uma infraesturura construída de raiz, dotada de todas as condições para a prática da modalidade e bancada amovível com cerca de 90 lugares.
Uma festa que contou com a presença de inúmeras individualidades, entre os quais, Rosa Mota, vice-presidente do Comité Olímpico, José Cardoso, do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), Manuel Barbosa, vice-presidente da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), Sérgio Santos, da comissão administrativa do SDC, e os autarcas Litério Marques, Luís Santos e António Floro.

Nova avenida e subsídio para o SDC. Após a bênção deste novo espaço pelo pároco da freguesia Padre Manuel Melo, Litério Marques, para quem a obra fala por si, realçaria que o seu executivo tem, ao longo dos anos, ajudado o clube sangalhense a manter as suas infraestruturas, mas também melhorando-as e ampliando-as. Quanto a este novo espaço, diria estar o mesmo pago, mas também que a autarquia está de boa saúde financeira e que irá continuar a fazer obras até ao final do mandato. “Não aceito que digam que ando a fazer obras para não pagar ou para inaugurar em ano de eleições”, disse.
Num discurso, sobretudo centrado em apontar baterias ao governo, aos partidos e aos “boys dos partidos”, o edil anadiense acabaria por dar duas novidades aos sangalhenses. Por um lado, que os acessos ao clube vão passar a ser feitos por uma nova avenida que vai nascer junto aos antigos correios de Sangalhos, graças a um entendimento com Virgílio Moreira, que aceitou ceder o terreno para esta importante obra que vai beneficiar a freguesia, mas também que seria atribuído ao clube um subsídio extraordinário de 1200 euros/mês, assim como deixou ainda a garantia de que a EB 1 da Pista, depois do Centro Escolar de Sangalhos estar concluído, será entregue ao Sangalhos DC. Litério Marques diria ainda que os mais de sete mil metros de terreno junto ao Complexo Desportivo de Sangalhos não estão esquecidos pela autarquia, podendo vir a ser alvo de beneficiação futura.
Uma das intervenções mais aplaudidas da tarde seria a de Rosa Mota. A maratonista que é atualmente vice-presidente do Comité Olímpico Português, falaria do desporto como uma família e dirigindo-se em concreto aos jovens atletas presentes, recordou – como foi no seu caso – como o desporto foi importante para se conhecer a si própria, mas também a ter ética, fair play e a respeitar os adversários, “pois são eles quem nos dá valor”.
Na ocasião, Luís Santos, presidente da AM, destacaria a mais valia que é este equipamento que vai dar ao SDC “melhores condições” para trabalhar na formação porque tal como há mais de meio século atrás, “o SDC continua a ser uma escola, uma casa de virtude e cidadania”. Porquê? “É que o grande valor desta casa é o continuar a criar homens e mulheres para o amanhã, tal como foi capaz de o fazer no passado, geração, após geração”.

Palavras de reconhecimento. Sérgio Santos, por seu turno, destacaria o trabalho e esforço de muita gente, acrescentando que “todos nós, unidos no mesmo princípio que é o de servir, temos que nos sentir felizes”, dando conta ainda de que “hoje temos um espaço amplo e bonito, bem equipado para servir os jovens e a comunidade em geral”, logo, tem o clube obrigatoriamente que “fazer mais e melhor”.
Já José Cardoso, do IPDJ, frisaria como a população do concelho tem razões mais do que suficientes para estar satisfeita com os equipamentos desportivos que a Câmara Municipal proporciona. Ao mesmo tempo, mostrou-se bastante sensibilizado com a homenagem a todos aqueles que, ao longo da vida, deram muito de si para o engrandecimento do clube, não deixando de realçar o facto do SDC ter hoje, ao nível de faixas etárias e de praticantes de basquetebol, jovens de ambos os sexos, prova “de que estamos a evoluir como país”.
Também Manuel Barbosa, em nome da FPB, mas também ele um sangalhense, se mostrou bastante sensibilizado com todos os esforços desenvolvidos pela Câmara Municipal de Anadia na freguesia: “uma Câmara que tem tido o arrojo de investir milhões em desporto e que tem cumprido o que promete”, diria, destacando ainda que, hoje, “o SDC tem mais uma ferramenta ao serviço dos atletas e da formação”.

Títulos conquistados
No pavilhão principal, alvo de obras de beneficiação (pintura, colocação de assentos nas bancadas) que lhe lavaram a cara, foram descerradas, uma a uma, lonas que assinalam momentos de glória vividos pelo clube: a data de fundação, 1940; campeonato nacional de basquetebol feminino 2.ª divisão, 1974; campeonato nacional de corfebol, 1991 e 1993; taça nacional de corfebol, 1993; campeonato nacional de basquetebol cadetes masculinos, 1997; campeonato nacional de basquetebol masculino Juniores B, 1998; taça nacional de basquetebol masculino Juniores B, 1999; campeonato nacional basquetebol masculino Seniores, 2002; campeonato nacional de basquetebol masculino Seniores, 2003.

“Bill” o espírito do SDC
O atleta norte-americano “Bill”, que acabara por se naturalizar português e que teve uma passagem marcante no SDC também não foi esquecido.
O “Bill” seria homenageado, com a colocação de uma enorme tela sua, no campo principal do SDC. A homenagem póstuma pretendeu ainda homenagear também todos os jogadores que passaram pelo clube, personificado no espírito e dedicação deste atleta que ficou para sempre no coração dos sangalhenses.
Caberia a um sócio e antigo dirigente, Humberto Mendes descerrar a placa com a fotografia de William Warner “Bill” que, de 1974 a 1983, passou pelo clube.

Fundadores homenageados
Emotiva e comovente foi ainda a homenagem prestada aos onze sangalhenses que tiveram a coragem de, no ano de 1940, fundar o clube. O sócio e dirigente Feliciano Neves, juntamente com o autarca Litério Marques, descerrou a placa onde constam os nomes de todos aqueles (já falecidos) que a 1 de janeiro de 1940 deram vida ao SDC, nomeadamente Arlindo Costa; Arnaldo Neves; Carlos Pinto; Fernando Veiga; Horácio Mieiro; Ivo Neves; Joaquim Dinis; José Augusto Oliveira; Manuel Augusto Neves; Nelson Augusto Neves e Pompeu Rodrigues Naia.
Na ocasião e bastante comovido, Feliciano Neves, um dos rostos mais emblemáticos do clube, diria que “nesta data histórica para a vida do clube é com orgulho que prestamos homenagem aos onze homens que há 73 anos tiveram a coragem de fundar o SDC”.

Jantar de aniversário recorda história do clube
À noite, o Centro de Alto Rendimento de Sangalhos serviu de palco ao jantar comemorativo do 73.º aniversário do SDC. Uma festa que reuniu mais de duas centenas de amigos que, em franca camaradagem, recordaram a longa, profícua e gloriosa vida do clube que honra os sangalhenses. Caberia ao sangalhense Orlando Simões apresentar uma retrospetiva da vida do Clube, até aos dias de hoje. A mensagem “SDC um clube com história… a história faz-se com pessoas” foi de uma forma breve, clara e concisa dada a conhecer a todos. Para muitos dos presentes foi um recordar de feitos e glórias vividas décadas atrás mas que permanecem atuais e no coração de todos.
Orlando Simões não deixaria de apelar à necessidade de recuperar o património histórico (fotografias, documentos, troféus) lançando um repto aos sangalheses para que façam chegar ao clube essas relíquias para que possam dar vida a um pequeno museu dedicado ao ciclismo e ao basquetebol.

Catarina Cerca