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Bairrada // Oliveira do Bairro  

Partido Socialista deu a vitória ao PSD

Manuel Bôrras, candidato do PS, já reconheceu a derrota ao perder o único vereador do PS e ainda um deputado da Assembleia. Diz que foi o seu partido que deu a maioria ao PSD.Paulo Caiado, candidato do CDS/PP, confessa que não atingiu o objetivo primordial que era ganhar a Câmara, enquanto que Artur Ramísio, candidato da CDU, afirma que reforçou a votação em todos os órgãos autárquicos.
Paulo Caiado, que perdeu a Câmara por 731 votos, explica que “Oliveira do Bairro ganhou com as eleições autárquicas uma campanha, onde o CDS elevou o nível para a discussão política dos verdadeiros problemas das pessoas”.
Confessa, no entanto, não ter atingido o objetivo primordial a que “nos propusemos, que passava por ganhar a presidência da Câmara Municipal”, explicando que “registámos, no entanto, um aumento substancial da percentagem, número de votos e mandatos para todos os órgãos autárquicos: Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia”.
Paulo Caiado, fazendo as contas dos votos, relativamente às autárquicas de 2009, diz que ganhou um vereador, dois deputados municipais e “passámos a ser a maior força do concelho ao nível das freguesias, tendo ganho com maioria absoluta as duas maiores freguesias do concelho: Oiã e União das Freguesias de Bustos, Troviscal e Mamarrosa”. “Isto diz bem da qualidade dos nossos programas e dos candidatos que compunham as nossas listas, quer fossem independentes ou filiados no partido”, reforça.
“Nunca uma candidatura autárquica em Oliveira do Bairro tinha sido capaz de ter impacto na comunicação social nacional, coisa conseguida por esta candidatura. Isto diz bem do potencial da candidatura “As Pessoas Primeiro!” em projetar o nome do concelho, tal como se propunha no seu programa”.
Explica ainda que “o movimento que se congregou junto da candidatura “As Pessoas Primeiro!”, com muitos independentes e não alinhados politicamente, e voluntários que nos ajudaram a fazer uma campanha limpa, séria, credível, sem rumores, sem mentiras e com verdade. Motiva-nos a continuar a acreditar e lutar por Oliveira do Bairro, tentando desmistificar alguns estigmas e preconceitos, bem como divulgando ainda mais o nosso programa político para o concelho”.
Paulo Caiado afirma ainda que “o movimento de vontades de mudança de atitude e postura nos órgãos autárquicos em Oliveira do Bairro mantêm-se atuais, pelo que, ao contrário do que muitos desejariam, vamos continuar a lutar pelas nossas ideias, programa e objetivos, não se extinguindo esta mobilização”. “Bem pelo contrário, inicia-se agora um novo ciclo político no CDS e em Oliveira do Bairro, com um rosto e liderança completamente diferentes, na forma e no conteúdo”, acrescenta.

Segurar eleitores. Manuel Bôrras, candidato do PS à Câmara, diz que “em Oliveira do Bairro houve um claro vencedor, o PSD, e um claro derrotado, o Partido Socialista”, justificando que “a derrota do PS tem protagonista que é o líder concelhio”, ou seja, o próprio Manuel Bôrras.
“Num concelho onde o eleitorado PS para as legislativas foi, em 2005, de 2191 votos, em 2009 1942 votos e mesmo em 2011, quando todo o país quis “castigar” o PS, este teve 1384 votos, e numas eleições autárquicas em que toda a gente diz que “o que conta são as pessoas e não os partidos”, eu tenho que concluir que os 942 votos que tive nestas eleições significam que eu não fui, sequer, o candidato da confiança do eleitorado do Partido Socialista”, afirma Manuel Bôrras que “poderia argumentar que a bipolarização nestas eleições nos prejudicaram, mas a verdade é que pelo menos o eleitorado PS não viu em mim o «seu» candidato, o que significa claramente que o não sou. Não fui capaz de «segurar», sequer, os eleitores tradicionais do PS e os resultados estão à vista. Deste facto devem os eleitores e os futuros candidatos retirar as necessárias conclusões”.
O candidato derrotado diz ainda que o que não deixa de ser irónico é que, segundo a sua leitura, “foi o eleitorado do PS que deu a maioria absoluta ao PSD, votando no CDS”. “O argumento do voto útil no CDS foi a chave do sucesso do PSD. É que bastava que 252 eleitores socialistas votassem no PS em vez de votarem no CDS para que o PSD perdesse um vereador e o PS mantivesse o seu, resultando daqui que o PSD venceria as eleições, mas com apenas três vereadores, o CDS mantinha na mesma os três vereadores mesmo sem esses 252 votos, e o PS iria «obrigar» a uma discussão democrática dos assuntos do concelho através da influência do seu vereador”.

CDU triplica votação. Artur Ramísio, candidato da CDU, satisfeito, afirma que “os resultados eleitorais da CDU no concelho de Oliveira do Bairro foram dos melhores de sempre, traduzindo um grande reforço da sua votação em todos os órgãos autárquicos a que a coligação concorreu, e ficando apenas a 29 votos da eleição de um deputado para a Assembleia Municipal”.
“Para a Câmara e Assembleia Municipal, relativamente a 2009, a nível concelhio a CDU subiu, respetivamente, de 1,22% para 2,84% e de 1,80% para 3,71%, com especial relevo na freguesia de Oiã, onde a CDU atinge as percentagens de 4,22% e 5,34% da votação, e na freguesia de Oliveira do Bairro, onde atinge 3% e 3,88%”, explicou Artur Ramísio
Acrescenta ainda que “na freguesia da Palhaça, apesar de não ter concorrido à Assembleia de Freguesia, a votação na CDU triplicou para a Câmara e para a Assembleia Municipal”.
“Para as Assembleias de Freguesia, a CDU subiu, em Oiã, de 1,84% para 3,40%, em Oliveira do Bairro de 1,93% para 3,37% e na União de Freguesias de Bustos, Troviscal e Mamarrosa, de 1,21% para 2,35%”, acrescentou.
Artur Ramísio refere também que “o resultado alcançado pela CDU no concelho de Oliveira do Bairro resulta da sua postura e intervenção em defesa dos interesses e direitos da população do concelho, do projeto e das propostas apresentadas aos eleitores, da integridade dos candidatos e do seu empenhamento na campanha eleitoral, bem como do prestígio nacional adquirido pela CDU, em resultado da coerência com que luta pelos seus ideais, ao lado dos trabalhadores e das populações, contra as políticas de direita e por uma sociedade mais justa”.