A ADABEM (Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Mogofores), que está a completar 25 anos de existência, faz um balanço muito positivo destas duas décadas e meia de atividade, mas vê o presente e o futuro da dádiva de sangue com algumas interrogações. Isto porque continua a ser difícil alertar e sensibilizar os mais jovens para esta causa.
A JB, Albano Jorge, presidente da direção da ADABEM, falou da longa história da ADABEM e de algumas datas e eventos que marcaram a vida da instituição que, desde a sua fundação, tem por missão a promoção e a divulgação da dádiva benévola de sangue junto da população.
Ao longo de duas décadas e meia, a ADABEM tem conseguido crescer de uma forma lenta mas sustentada, tendo por isso, constituído núcleos de recolha de sangue em quatro freguesias do concelho. O primeiro a ser criado foi o da Moita (1990). Seguiram-se os núcleos de Tamengos (1998), Avelãs de Cima (2004) e Paredes do Bairro (2010).
Com uma média anual de 12 recolhas (nos vários núcleos, mas também ainda na Escola Secundária de Anadia, na EB 2/3 de Vilarinho do Bairro e na Feira da Vinha e do Vinho), a ADABEM tem uma média anual de presenças a rondar as 450, o número de recolhas é de aproximadamente 350 unidades de sangue/ ano. Números pequenos, à escala da associação, mas que levam Albano Jorge a alertar para o facto do país “estar longe de conseguir ser autossuficiente. “Precisamos de cerca de 400 mil unidades de sangue por ano e andamos na média das 328 mil”.
Por isso, fala da necessidade de renovação, da entrada de jovens dadores, nomeadamente para as associações da região. Albano Jorge realça ainda o facto da ADABEM ter registado em 2012, 359 presenças, e 262 dádivas e 70 novos dadores, mesmo assim registando um decréscimo em relação a 2011, quer no número total de presenças, quer de dádivas.
Contudo,reconhece que com a entrada em vigor do Decreto Lei 113/2011 de 28 de novembro, que retirou a isenção aos dadores de sangue nos cuidados secundários de saúde, “se registou um decréscimo de dádivas. Era um reconhecimento social que existia desde 1990 e que dava esse benefício, entretanto retirado. As pessoas, naturalmente, reagiram negativamente”, diz.
Neste momento, “estamos num trabalho de recuperação e a tentar chegar aos mais jovens”. Reconhecendo a existência de uma crise na dádiva de sangue, alerta que os dadores mais velhos vão deixando de dar e que é preciso sensibilizar a gente nova para renovar as próprias associações de dadores.
Por isso, 2014 é para continuar a renovar os dadores, indo ao encontro das pessoas , sem descurar a necessidade de delinear novas estratégias para chegar a mais dadores.
Catarina Cerca