Fernando Correia quer dar à Mata Nacional do Buçaco uma projeção internacional. O novo presidente da Fundação Mata do Buçaco (FMB), que sucede a António Jorge Franco, admitiu, na tomada de posse, ter abraçado “um desafio que vai exigir muito de mim e de todos nós [porque a Mata é de todos]”, acrescentando que embora pretenda dar continuidade ao trabalho iniciado pelo antecessor, irá dar aos projetos um cunho pessoal, ou seja, fazer com que estes evoluam ainda mais. O objetivo último é dar à Mata do Buçaco uma projeção internacional.
A cerimónia de tomada de posse, no dia 2 de janeiro, decorreu na Sala dos Brasões do Palace Hotel do Buçaco, e foi presidida por Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada.
Valorizar o património. Durante o discurso de tomada de posse, Fernando Correia defendeu que “a Mata Nacional do Buçaco é o maior museu vivo de Portugal, mas também o mais antigo de que temos conhecimento”.
O novo presidente da FMB, que centrou a sua intervenção sobretudo nas valências da Mata Nacional e na importância de dar a conhecer este espaço ao mundo, sublinhou ser necessário “valorizar ainda mais este património, divulgando-o no exterior”.
O novo inquilino da Fundação espera agora que o Governo, apesar das dificuldades que o país atravessa, não se fique apenas por um “apoio simbólico” mas que “venha a ajudar a suprir algumas dificuldades e agilizar processos para se chegar a bom porto”, até porque esta Mata é um património estatal.
“Novo presidente é um apaixonado pela Mata do Buçaco”. Rui Marqueiro convidou Fernando Correia a assumir a presidência da Fundação, por se tratar de “uma pessoa bastante conhecida nos meios universitários e um apaixonado pela Mata Nacional do Buçaco. Tem reconhecimento científico, vários livros escritos, prémios nacionais e internacionais. É, sem dúvida, a melhor escolha”.
O edil mealhadense, que não escondeu a dificuldade na sucessão de António Jorge Franco, admitiu ter sido um “processo difícil e moroso devido à complexidade da lei”, que leva à existência de várias interpretações. “A Câmara considera que a Lei-Quadro das Fundações não prevalece sobre os estatutos da FMB e procurou perceber a posição do Governo.” Explicou então que a Câmara, após procurar perceber a posição do Governo, foi, duas semanas depois, autorizada a nomear o presidente da Fundação.
Investimento de milhões. Rui Marqueiro, na ocasião, não deixou de se referir ao avultado investimento que é necessário fazer na Mata: “é preciso um investimento de milhões para recuperar e manter a Mata Nacional do Buçaco”. “Todos conhecemos as dificuldades financeiras que o país atravessa, sabemos que o dinheiro não abunda, mas o dinheiro dos portugueses deve ser bem aplicado”, nomeadamente nesta Mata “que é dos portugueses”.
O autarca garantiu ainda todo o apoio da parte da Câmara Municipal. “Nós vamos fazer o que pudermos para recuperar a Mata Nacional do Buçaco”, referiu.
Currículo. Fernando Correia é licenciado em Biologia na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra, é ilustrador profissional e atualmente é professor de Biologia na Universidade de Aveiro.
É autor de mais de mais de uma centena de obras, pioneiro da introdução da Ilustração Científica Digital em Portugal e já foi galardoado com vários prémios nacionais e internacionais.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt