Nuno Oliveira trabalhava há mais de quatro anos na Critical Software, em Coimbra, como Software Developer (programador). Jovem licenciado em Engenharia Informática pelo ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto) e com ambição de progredir na carreira, rapidamente percebeu que as melhores oportunidades só as encontraria fora de Portugal. Natural de Avelãs de Caminho, concelho de Anadia, partiu primeiro, com destino a Londres. Só depois se lhe juntou a esposa, Daniela Oliveira, licenciada em Bioquímica e Química Alimentar e com Mestrado em Química Analítica e Controlo de Qualidade (ambos pela Universidade de Aveiro), a trabalhar há quase três anos como secretária clínica na Sanfil – Casa de Saúde Santa Filomena, em Coimbra.
Dar um passo em frente em termos profissionais era um dos objetivos do jovem casal, mas “a experiência de viver fora e conhecer novas culturas” também era aliciante, confessa Nuno Oliveira. Experiência que não podia estar a correr melhor, já que, garantem, “Londres é uma cidade fantástica, cheia de vida, onde há sempre qualquer coisa para fazer ou conhecer”. “A sua multiculturalidade é impressionante, existem pessoas de todos os cantos do mundo. É muito interessante conhecer pessoas dos mais diversos países, conhecer as suas culturas, formas de estar e de pensar.” O facto de haver tanta gente de fora, faz com que Nuno e Daniela não se sintam “tão emigrantes, o que ajuda imenso na adaptação ao país”.
Um país onde se fala uma língua que ambos dominavam relativamente bem. O mais difícil foi mesmo “habituarmo-nos aos mais variados sotaques, ao calão e pronúncias tão diferentes do Inglês Americano que nos habituamos a ver nos filmes e séries”.
Nuno Oliveira continua a fazer aquilo que melhor sabe e que mais gosta. Trabalha como Software Developer numa empresa de jogos de apostas online, tais como bingo, slot machines, jogos de casino, etc., um mercado muito forte no Reino Unido. A sua empresa desenvolve jogos e websites que contam com milhares de jogadores todos os dias. Já Daniela Oliveira faz hoje finalmente aquilo para que estudou e trabalha como Técnica de Laboratório, na área de investigação e desenvolvimento para a GSK/Suntory, empresa que desenvolve as marcas de bebidas Lucozade, Ribena, Orangina e Schweppes.
Nuno e Daniela querem consolidar a estabilidade profissional que agora alcançaram e só depois pensam em aumentar a família. A quilómetros de distância ficaram, entretanto, outros familiares e amigos. E como se matam as saudades de casa? “Recorrendo às novas tecnologias, tais como o skype, ou na falta delas, há sempre o velhinho telefone”, admite Nuno Oliveira. Mas, quando as saudades já são mesmo muitas, “não há nada como dar um pulo até Portugal”, que afinal, nem é assim tão longe!
Há alguns meses a viver em Londres, já houve tempo para conhecer um pouco da cidade mas, admitem, “há ainda muito para explorar”. “A oferta cultural é imensa, são muitos os museus para visitar, na grande maioria gratuitos, os teatros, os musicais e os concertos onde ir.” Não há a praia mas, para compensar, há “enormes e fantásticos jardins espalhados por toda a cidade”.
Quanto a portugueses, já se sabe, estão um pouco por todo o lado e Londres não é exceção: “só na minha empresa já somos três”, confirma Nuno Oliveira. E já encontraram até um bairradino, um amigo de Daniela, com quem estudou em Anadia. A sul do rio, existe mesmo uma grande comunidade portuguesa, “onde se encontram imensas lojas, com os mais variados produtos portugueses, desde as revistas cor de rosa até ao leitão assado à Bairrada, encontra-se de tudo!”
Mas Portugal continua a ser a casa destes bairradinos. Por isso, o seu desejo é voltar um dia a Portugal. Quando, “só o futuro o dirá”.
Quanto ao que se ouve lá fora sobre este nosso país, a sensação é de que “muito pouco tem mudado”. “As notícias”, afirma Nuno Oliveira, “são as mesmas desde que deixamos Portugal, apenas se fala da crise e de futebol”.
Oriana Pataco