O Padre Francisco Martins, pároco de Oliveira do Bairro, abandonou o sacerdócio com o objetivo de iniciar, como teve oportunidade de comunicar, “um novo projeto de vida”. António Moiteiro, Bispo de Aveiro, confirmou ao Jornal da Bairrada a saída do padre, justificando que não pretende comentar, sublinhando apenas que este abandono se fica a dever “a coisas íntimas e de consciência”. O bispo anunciou ainda que “o arcipreste de Oliveira do Bairro, Mário Ferreira, assegurará a paróquia”, coadjuvado pelo pároco da Palhaça, Padre Leonel Abrantes.
A saída do sacerdócio foi comunicada pelo próprio padre Francisco Martins, na penúltima quarta-feira, à Comissão Fabriqueira e aos responsáveis dos Movimentos e Serviços Paroquiais de Oliveira do Bairro. Uma inesperada partida que causou grande estupefação em toda a comunidade oliveirense.
Dúvidas sobre a vida religiosa
Numa entrevista dada ao JB e publicada na edição de 6 de agosto de 2008, Francisco Martins confessou que, durante os seis anos de formação intelectual, humana e espiritual, se foi questionando sobre o destino a dar à sua vida religiosa. “Tive momentos de dúvida, de questionamento mais forte. Momentos em que pensei: O que estou aqui a fazer? Será que não estarei a impor-me algo que não faz parte do meu projeto de vida?. Recordo-me de um momento em particular, a meio do curso, que talvez tenha sido o momento da maior confirmação, mas também da maior crise, no sentido em que tive de tomar uma atitude para comigo próprio mais séria, mais coerente de avançar ou não. Nesse Verão tomei a decisão de avançar, o que não era a garantia absoluta de que, ao terminar o curso, estaria apto para a ordenação”.
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Magda Gama disse:
ADMIRO-LHE o acto de CORAGEM!!!!! E já sou sua FÃ!!!! Ao contrário de muitos padres, bispos, arcebispos, etc. e tal este homem NÃO foi hipócrita e NEM falso e mostrou que é um homem com H maiúsculo!!!!!! Quem será a sortuda?????? Agora fiquei curiosa…….!!!!!
Magda Gama disse:
Onde se pode encontrar assim um padre CORAJOSO E COM VERDADE NA ALMA E CORAÇÃO??????? Eu também quero um padre assim e apaixonado por mim mesma!!!!!!!
Magda Gama disse:
E que realmente sempre achei um PECADO de PECADO E sem sentido NENHUM os padres, frades, freis, bispos, arcebispos, cardeais estarem proibidos de casar ou namorar:acho que em pleno sec.21 esta ESTUPIDEZ NÃO tem lógica NENHUMA!!!!! ATÉ porque em Portugal e no mundo há falta de homens logo taxa de natalidad a descer……… Como querem promover a natalidade se há falta de homens que FOGEM para a igreja católica??????? Assim é IMPOSSÍVEL pá!!!!!!!
Magda Gama disse:
Aliás sou a FAVOR de na igreja católica padres, frades, freis, bispos, arcebispos, cardeais, etc. poderem namorar e casar SEM desistirem das suas funções!!!!!!!!
Celso disse:
É de muita pena, para com os Padres que abandonam, o sentimento que posso ter, porque a disposição e as condições pelas quais um seminarista se prepara durante anos até tomar definitiva e decididamente a opção de “dar tão grande passo”, exclui, à posteriori, qualquer regressão ou inversão de estado porque o padre decidiu entregar-se a Deus para sempre, o que implica contar sempre com a ajuda de Deus para levar avante a sua promessa de vida. Isto é assim. Qualquer outra situação e argumento colorido que agora invocam para renunciar a Cristo, porque é disso que se trata, são argumentos contaminados e pervertidos, porque o mundo quer amassar tudo na mesma massa… Porém, a massa com que Deus prepara um sacerdote não é a mesma massa com que qualquer pessoa decide optar pelo casamento. São coisas totalmente distintas. Uma e outra exigem muito amadurecimento na decisão, para não haver falhanços. Os casamentos também não deviam falhar, mas hoje encare-se o casamento e o divórcio com a mesma ligeireza. Aos padres que renunciam, já começou a faltar a fé em Cristo que os ungiu e espera deles sacrifícios e não comodidades. Mas para o entendimento do mundo, isto é tudo muito estranho; por isso as opiniões são tão opostas. Os padres que se vulgarizaram, mesmo não renunciando, também estão doentes espiritualmente. Deus lhes dê a Força que já não têm, porque talvez já não acreditam no que um dia professaram. O sacerdócio não é uma profissão – isso é parte do erro do entendimento que a sociedade tem do Sacerdote. É uma missão e vocação divina, pedida e aceite por Cristo que unge, assiste, conduz e fortalece o sacerdote duma forma transcendental, que o leigo não entende. Mas Cristo pede muita reflexão e maturidade aos que são chamados e se decidem pelo compromisso com Ele. Doutro modo, essa preparação e decisão pressupõem o conhecimento de todas as “armas espirituais” de que o sacerdote deve fazer-se assistir permanentemente. Mas “não vou aqui ensinar o pai-nosso ao vigário”. O exemplo e patrono dos sacerdotes é o Santo Cura d’Ars – Padre José Maria Vianey – o comportamento dum sacerdote que seja abaixo daquele, dificilmente se sustentará perante as provações, as privações e as tentações que o cercam constantemente. Por isso, os fiéis devem ajudá-los e não desafiá-los para atitudes e circunstâncias que os tornam vulneráveis. Apoiá-los no sacerdócio, é o oposto de tratá-los e considerá-los como uns homens iguais aos outros, que devem fazer o que os outros fazem – isso é maquiavélico; isso é a atitude de quem não sabe qual é o real papel do padre no mundo. À excepção de situações raras e extremas, um padre que resigna à paixão e serviço de Cristo, por uma paixão terrena com mulher, ficou cego de espírito. Troca o céu pela terra, o eterno pelo perecível, o amor abnegado e abrangente de todos por um amor limitado e egoísta dum alguém, troca “ os olhos pelo rabo” como diz o ditado. Além disso, perde toda a cristandade, porque um padre é um dom de Deus no meio dos homens.
Anónimo disse:
4.5