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Anadia // Avelãs de Cima // Bairrada  

Candieira (Av. Cima): Emigrante oferece terreno para jardim

Não é todos os dias que um autarca se pode congratular por ter fregueses generosos e desinteressados. Que o diga Manuel Veiga, presidente da Junta de Freguesia de Avelãs de Cima, que jamais esquecerá o gesto solidário e amigo do casal Manuel e Wilma Tomé (brasileira, com raízes em Aguada de Cima) que cederam um pequeno terreno localizado à entrada da localidade da Candieira, para que ali a Junta de Freguesia possa fazer um pequeno jardim e zona de descanso.
Tudo aconteceu há alguns anos, quando Manuel Tomé – radicado nos EUA há 50 anos – decidiu abordar Manuel Veiga, no stand da freguesia na Feira da Vinha e do Vinho de Anadia.
Depois de uma vida de trabalho nos EUA (Nova York – Yonkers) na área do ferro forjado, passa, desde que se aposentou, grandes temporadas na sua casa, em Anadia, mas não esquece a terra que o viu nascer. Por isso, a forma apaixonada como vive as coisas da sua terra natal – Candieira.
“Não o conhecia pessoalmente e na Feira, em Anadia, dirigiu-se a mim e tivemos uma conversa muito interessante sobre a freguesia. Foi aí que me lançou o repto em relação ao terreno”, recorda Manuel Veiga que, na hora, disse logo que sim. A única condição imposta é que o espaço doado se destinasse a uma obra – parque ou jardim – que embelezasse a povoação, assim como servisse de zona de lazer aos muitos utentes que frequentam o Centro Social da Freguesia, localizado ali bem perto.
Com emoção, Manuel Veiga diz que foi a primeira vez que algo do género lhe aconteceu, pelo que aceitou e contactou um jovem arquiteto paisagista, Ricardo Cruz, que elaborou um projeto simples mas que se adapta perfeitamente ao espaço e que responde na íntegra ao desejado. As obras começaram há dois anos e a autarquia já ali investiu 5 mil euros. Agora, Manuel Veiga acredita que a obra vai ser concluída, graças ao apoio da Câmara Municipal. No local, falta ainda a iluminação pública, um ponto de água, plantar alguns arbustos, árvores e flores, construir uma zona de calçada e colocar mobiliário urbano (três bancos).
Como é óbvio, vai chamar-se “Parque Manuel Flor Tomé” e poderá ser inaugurado ainda este ano. Um investimento que rondará os 17.500 euros.
Manuel Veiga destaca que este gesto solidário foi o pontapé de saída para um outro, em Avelãs de Cima. Trata-se de uma pequena porção de terreno, doada igualmente por um emigrante à autarquia, para dignificar também a entrada naquele local.

Catarina Cerca