Com o verão a aproximar-se a passos largos, os incêndios florestais começam a ser um dos temas dominantes da atualidade.
As condições climatéricas desta época do ano são sempre uma dor de cabeça para as inúmeras corporações do país.Anadia não é exceção e Ana Matias, comandante dos Bombeiros Voluntários de Anadia, avança que o concelho tem cerca de 11 mil hectares de floresta, sendo considerada uma das zonas críticas do distrito de Aveiro.
Apelo às entidades patronais. Por isso, defende ser necessário que todos, sem exceção, apoiem este empenho e compromisso do corpo de bombeiros, contribuindo com a compreensão e consideração para a época quente e que se espera difícil.
Em comunicado já publicado nas redes sociais e em entrevista a JB, lança um apelo às entidades patronais que, durante os próximos meses, vão sentir a ausência dos seus trabalhadores para o cumprimento de missões atribuídas aos Bombeiros Voluntários.
“Contamos com o apoio dos cidadãos de Anadia”, diz a comandante, consciente de que, nos tempos difíceis que o país atravessa, nem sempre os patrões compreendem esta nobre missão dos seus funcionários, que arriscam a sua vida para salvar a vida e os bens de outros.
Contudo, reconhece que este é um problema nacional.
“As entidades patronais ressentiram-se da crise que afeta o país e obviamente focaram-se no desempenho da sua atividade. O que é absolutamente compreensível”, diz, admitindo também que, “mais do que uma crise económica e financeira, estamos a passar uma crise de valores. E esses valores incluem o desinteresse e, muitas vezes, o esquecimento do esforço e dedicação obrigatória e necessária de um voluntário”.
Ana Matias sublinha mesmo que, quando um voluntário é chamado a intervir, fá-lo em prol da sociedade. “Qualquer entidade patronal, quando permite a ausência dos Bombeiros Voluntários, está também a ter um papel, ainda que secundário mas importante, na prestação de socorro”, refere.
Esta responsável sublinha ainda que estando no país a prestação de socorro assente num sistema de voluntariado, “as entidades patronais têm de ter a capacidade de aceitar a chamada de um Bombeiro Voluntário e honrar a dignidade dessa chamada com o seu consentimento”, até porque na legislação atual vigora a justificação das ausências de bombeiros voluntários, motivadas pela comparência em atividade operacional.
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