A Câmara Municipal da Mealhada e a Fundação Mata do Buçaco anunciaram, na terça-feira, dia 16 de junho, que pretendem investir nove milhões de euros na recuperação e restauro do edificado daquela Mata Nacional, tendo em vista uma futura candidatura a Património Mundial da UNESCO.
As duas entidades pretendem aproveitar os fundos europeus do quadro de apoio “Portugal 2020” para a recuperação e restauro do Convento de Santa Cruz, da Via Sacra e das suas Ermidas, num projeto que deverá ter um custo de nove milhões de euros, no âmbito dos Investimentos Territoriais Integrados (ITI) do Programa Operacional do Centro, em que a autarquia se disponibiliza a assumir a comparticipação nacional de 15% do investimento.
O presidente da Fundação Mata do Buçaco (FMB), António Gravato, recordou que a Mata já se encontra inscrita na lista nominativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), considerando que esta iniciativa é um ponto importante para a apresentação de uma candidatura, que terá de ser realizada depois de 2017, visto que, de momento, Portugal faz parte do Comité do Património Mundial da UNESCO.
Explicou ainda que a Fundação tem poucos recursos e que nunca recebeu subsídios do Estado, vivendo das suas atividades, da sua programação e daquilo que fazem todos os dias, pelo que “sem este bom relacionamento com a Câmara da Mealhada, nunca poderíamos avançar para esta candidatura”. “O presidente da Câmara vai assumir o financiamento de 15%, o que nos dá um conforto que, de outra forma, jamais conseguiríamos”, referiu António Gravato.
Para o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, “trata-se de um momento importante e de “uma oportunidade única para a Câmara Municipal e para a Fundação da Mata unirem esforços no sentido de recuperarem o Convento de Santa Cruz, Via Sacra e suas Ermidas e darem, assim, um passo importante para a obtenção da classificação de Património da UNESCO pela Mata do Buçaco”.
Deu ainda a conhecer que “a candidatura já está prevista no Pacto Territorial para a Região Centro, existindo mesmo duas dotações, uma de 600 mil euros e outra de 200 mil, que poderão ainda ser aumentadas ao longo da execução do Portugal 2020”. Por isso, “temos que colocar isto na lista do Património Nacional. É um desígnio nosso e uma obrigação moral”, reforçou Rui Marqueiro, explicando que “a candidatura tem de ser muito cuidada, pelo que temos de ter gente com grande capacidade técnica”.
Rui Marqueiro reforçou ainda que “a intenção de atingir a classificação de Património da UNESCO é um longo caminho e deverá ser – ao longo dos anos – uma luta transversal a toda a sociedade e partidos políticos”. “A candidatura é sempre um momento difícil, pelo que temos de colocar a Mata nas melhores condições possíveis”, afirmou ainda o autarca, dando conta da “importância que o Buçaco tem para o turismo militar, já que foi aqui decidida a independência de Portugal, senão estaríamos, hoje, a falar francês”.
Por outro lado, Rui Marqueiro defendeu ainda a importância de serem criadas condições que possam inverter o número médio de noites (1,8) que os turistas passam na região centro do país.
Pedro Fontes da Costa