Um cão, de raça doberman, sem que nada o fizesse prever, mordeu, na manhã do último sábado, uma sexagenária, no lugar de Sá – Sangalhos. A vítima, Maria Graça Almeida, de 65 anos, seguia a pé num caminho em terra batida, paralelo à variante à EN 235, juntamente com o companheiro, quando foi surpreendida por um cão de grande porte que veio ao seu encontro e a atacou.
“Foi horrível. Estávamos a mais de 50 metros da casa e vemos o cão vir a correr na nossa direção, atacando-me. Depois de me morder duas vezes na zona lombar, mordeu-me o braço e sacudiu-me de tal forma que resvalei para a valeta. Aí tombada, ele apanhou-me o peito. As dores eram lancinantes e eu só gritava”, recorda ainda com o pavor estampado no rosto. “Se não fosse o meu companheiro a agarrar-se ao cão, a tentar detê-lo, eu estava morta”, diz, sublinhando que o cão deve ser abatido. “Iremos até às últimas consequências. O cão tem de ser abatido. Imagine se era uma criança ou se um de nós ia sozinho”, avança.
Residente em Mogofores, que intercala com o Luxemburgo onde esteve emigrada, Maria da Graça é uma mulher de fé e por isso acredita que foi Nossa Senhora Auxiliadora que a salvou. Zeladora do Santuário de Mogofores, foi ainda muito abalada com o ataque que diz: “Nossa Senhora ajudou-me. Ele vinha desvairado, na nossa direção, com um aspeto enraivecido.Pensei que morria ali”.
Maria Graça foi transportada para o Hospital de Aveiro, onde recebeu tratamento hospital. Contam-se seis pensos e sete pontos em locais distintos (zona lombar, braço e peito). Nunca pensou que uma caminhada habitual com o companheiro se transformasse num enorme pesadelo.
Cão terá fugido. Segundo apuramos, o animal terá fugido do interior de uma habitação isolada, não obedecendo ao repetido chamamento da dona.
Dulce Alves, dona do cão, diz estar chocada com o que aconteceu e que por isso a sua saúde está também abalada. Avança que o cão nunca foi agressivo, nem nunca atacou ninguém. “Já fui ver a senhora que foi mordida e fiquei muito transtornada. Só sei que abri o portão e ele fugiu. Umas vezes obedece, outras não”, referiu a JB.
Carlos Gonçalves, veterinário municipal de Anadia, confirmou que o animal se encontra em sequestro domiciliário, ou seja, em casa da dona e que nada previa acontecer uma situação destas.
“Conheço o animal que vacino há dois anos e nunca tive qualquer problema com ele”, diz, sublinhando que o animal nunca demonstrou ter temperamento agressivo. “Talvez estivesse a defender o seu território habitual”, diz o veterinário. Por isso, defende que o animal permaneça em casa da proprietária, que deve criar condições de alojamento para que ele não tenha mais acesso à rua.
O veterinário acrescenta que no seguimento deste caso, o animal fica registado como cão perigoso.
JB sabe que o cão tinha o boletim de vacinas atualizado com a vacina da raiva e microchip.
A GNR de Sangalhos tomou conta da ocorrência.
Catarina Cerca