Após longo processo de reestruturação, aí está [finalmente] o “sim” da Tutela sobre a instalação da nova Unidade de Saúde Familiar (USF). Sedeada no centro de saúde local, tomou o nome de “Senhora de Vagos”, e iniciou a sua atividade no princípio de outubro.
Com cerca de 10.500 utentes inscritos, a nova estrutura é uma das 18 unidades de saúde familiar, que estão a funcionar na área de influência do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Vouga.
Apta para prestar “cuidados de saúde personalizados”, entre as 8h e as 20h, vai servir a população das freguesias de Vagos/Santo António, Gafanha da Boa Hora (onde já existe um polo), Santo André e Soza. Coordenada pela médica Raquel Ramos, da equipa fazem parte seis médicos, seis enfermeiros e cinco assistentes técnicos.
De referir que o processo não terá sido isento de polémica, face à decisão de afastar da nova estrutura uma médica, com cerca de 15 anos de serviço em Vagos. Para além de médica de família desde 1999, Liliana Oliveira, fazia vigilância de saúde infantil e planeamento familiar e era responsável pela colocação de dispositivos intrauterinos e implantes.
A referida clínica, que nunca se conformou com a “sentença”, fazia ainda consulta de desabituação alcoólica, e trabalhava, em parceria, com o centro regional de Oncologia, em Coimbra, centro de alcoólicos recuperados de Aveiro, serviço social da Câmara de Vagos, Tribunal de Menores e Hospital distrital de Aveiro.
Face ao descontentamento dos utentes, um abaixo-assinado, com cerca de 700 assinaturas, acabaria por ser entregue a Carlos Maia, diretor do centro de saúde, por uma comissão, que depois se viria a manifestar junto daquelas instalações.
Lamentando a situação criada com aquela profissional, o então diretor acabaria por confirmar que a referida médica já “tinha saído dos sistemas de formação das USF”, e, como tal o documento era inútil. Reconheceu mesmo que terá sido a própria a “autoexcluir-se”, quando “começou a hostilizar os colegas”.
Eduardo Jaques/Colaborador
Nota de Redação: Por erro da nossa redação, a notícia que vem publicada na edição impressa do Jornal da Bairrada de 8 de outubro de 2015 refere que a médica em causa, Dra. Liliana Oliveira, faleceu recentemente. É um facto que está internada e gravemente doente mas não faleceu. Por este erro lamentável, apresentamos as nossas desculpas à visada e seus familiares.