Chama-se 95 Anos de História – Vinho branco integral 2014 e é o mais recente produto vínico lançado pelas Caves São João no âmbito do projeto das comemorações do centenário da empresa. Foi precisamente no dia de S.Martinho (11 novembro) que a administração desta prestigiada empresa anadiense apresentou este vinho evocativo da década de 70 para o qual foi escolhido como tema “a Liberdade”, acontecimento mais marcante daquela década. Um vinho que é o sexto de uma coleção de 11 produtos vínicos que a empresa vai lançar até ao ano 2020, data em que celebrará o centenário.
Um projeto que teve início em 2010, com a edição anual de uma série limitada de garrafas de vinho de elevada qualidade, cuja imagem refletirá um acontecimento cultural que marcou a história do século XX.
Foi na magnífica Quinta do Poço do Lobo, localizada na Pocariça – Cantanhede, que a administração das Caves São João deu mais um passo em direção ao centenário, com a apresentação pública desta edição dos 95 Anos de História, desta feita um vinho branco integral, comemorativo da década de 70, precisamente a década em que a empresa adquiriu (1971) aos herdeiros de Manuel Evaristo Pessoa, a Quinta do Poço do Poço do Lobo, hoje, uma propriedade com 37 hectares e que serviu de palco a este lançamento.
“Esta quinta deu-nos liberdade para experimentar, criar vinhos, escolher castas”, diria, na ocasião, a administradora Fátima Flores, já que foi a partir desta data que a empresa deu início a uma nova fase do seu portefólio com a produção de vinhos de quinta.
O vinho agora lançado, numa edição numerada e limitada, apresenta na garrafa um rótulo alusivo à Liberdade – onde não falta o cravo -, que “nos fazem recordar a quinta década de existência da Caves São João”, disse a gestora da empresa, Célia Alves, mas também a revolução de Abril. “Um vinho elaborado à semelhança do primeiro vinho branco da Quinta do Poço do Lobo, que também foi 100% da casta Arinto mas que homenageia também os antecessores da empresa”, concluiu.
Já o enólogo José Carvalheira destacaria tratar-se de um vinho “que é quase uma aventura, que apela muito à liberdade e ao que a década de 70 trouxe a Portugal e aos portugueses”. A ideia foi “criar um vinho integral, contra as regras. Um vinho que evoca os vinhos de outrora. Cem por cento Arinto é um vinho integral, ou seja, em que a intervenção humana foi a menor possível, por forma a que a natureza se exprimisse ao máximo”. E, de facto, exprimiu-se e de que forma.
Um vinho branco elaborado de forma ancestral, sem adição de produtos enológicos, engarrafado diretamente das barricas em julho de 2015, sem qualquer clarificação, como outrora era hábito.
De cor amarela citrina, é um vinho muito complexo, com evidentes notas minerais, vegetal seco e flores secas. As notas de madeira estão perfeitamente integradas. Com grande frescura gustativa, é elegante e bastante persistente, o que lhe confere grande potencial de envelhecimento. PVP: 30 euros.
No futuro, foi avançado que a empresa quer reativar nesta Quinta do Poço do Lobo o lagar de azeite e tornar esta vasta área num local de referência no ecoturismo e enoturismo da região.
Neste dia decorria a vindima da casta Semillon para o colheita tardia (ver caixa) e foram também apresentadas outras novidades que marcam este ano de 2015: o vinho tinto DOC Bairrada Bom Caminho (ver caixa), mas também o azeite Quinta do Poço do Lobo que em breve – antes do Natal – vai também ser lançado.
(ler mais na edição em papel ou digital)
Catarina Cerca