O autarca César Andrade cumpre o terceiro mandato à frente dos destinos da freguesia de Avelãs de Caminho. Embora o orçamento desta pequena freguesia do concelho de Anadia seja de aproximadamente 63 mil euros espera, em 2016, concretizar obras e projetos que visam, sobretudo, melhorar a qualidade de vida dos fregueses.
De 2015 guarda boas recordações e diz que foi um ano com balanço muito positivo: “tudo o que nos comprometemos fazer temos cumprido. Não podemos prometer muito porque os nossos orçamentos são sempre muito baixos pois não temos fontes de rendimento a não ser uma ou outra sepultura ou terreno para jazigos que se venda no cemitério.”
O autarca destaca, contudo, os acordos pontuais feitos com a Câmara Municipal e que lhe permitem fazer obras de maior dimensão. Dá como exemplo a construção dos sanitários públicos no centro de Avelãs de Caminho: “há muito que lutávamos por esta construção. Só foi possível graças ao apoio financeiro da autarquia, pois atingiram os 13 mil euros”. César Andrade diz que era uma obra que se impunha, não só porque a freguesia tem três grandes festejos anuais, mas também por se localizarem perto da Igreja Matriz, junto ao IC2, zona de passagem de muitos peregrinos para o Santuário de Fátima ou em direção a Santiago de Compostela.
Obras e melhoramentos. O orçamento para 2016 é curto, confessa, para as muitas necessidades. Contudo, destaca que muito do trabalho de uma Junta prende-se com limpeza e manutenção de valetas, caminhos, jardins e cemitério; manutenção do património; pavimentação de passeios (alguns com ajuda de moradores).
César Andrade realça ainda para este ano a requalificação do Lavadouro do Coito e impermeabilização dos tanques, não só por serem ainda muito utilizados mas também por ser um espaço emblemático da freguesia. Serão restauradas todas as paredes, colocado granito, construído um muro de suporte de terras e será colocado um banco. Também na zona sul da freguesia, no Moinho Novo, o espaço junto ao IC2 vai ser requalificado. O projeto existe, foi apresentado para as Estradas de Portugal, aguardando-se resposta. “O espaço não é da JF mas queremos fazer um pequeno passeio, com um jardim.”
O autarca destaca ainda a urgente necessidade de avançar com a repavimentação de cinco ruas (Rua do Cabecinho, Rua Fonte da Bica, Rua da Portela – esta carece de obras para escoamento de águas pluviais – , Rua dos Enforcados e Rua 15 de Agosto) que sofreram obras de saneamento. Uma obra que terá de ser feita pela Câmara e que muito contribuirá para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que ali habitam e também o alcatroamento do parque de estacionamento do Porto Antão, junto ao IC2, bastante danificado após as obras de saneamento.
Cultura também na ordem do dia. Com a abertura do Centro Escolar que serve duas freguesias (Av. Caminho e Av. Cima), a Escola Básica e Jardim de Infância local foram desativados. Passaram para as mãos da Junta, que ali quer instalar várias grupos ligados à cultura: a saber, serviços da Junta de Freguesia, o grupo de Boccia, Grupo de Cantares Sons de Avelãs e Escolinha de Música da freguesia, Biblioteca, mas também aproveitar a antiga cantina para fazer um pequeno anfiteatro para reuniões e encontros. Mudanças que só podem acontecer depois deste equipamento escolar ser sujeito a obras de beneficiação. “Já pedimos orçamentos e precisamos ver de que forma a Câmara Municipal nos pode ajudar”.
Quanto à Casa da Cultura, após a passagem destes grupos, ficará livre para, através de protocolo, ser cedida à Fábrica da Igreja local. Um espaço que poderá também vir a ser transformado (pelo menos uma parte) num pequeno albergue a peregrinos.
César Andrade destaca ainda como prioritária a requalificação das represas do Rio Cértima, sobretudo as da Quebrada e Nogueiras. “Infelizmente foram derrubadas aquando de obras realizadas pela Câmara Municipal em 2002”.
Percurso pedestre na calha. Um dos grandes sonhos passa por ver concretizado um projeto conjunto com a freguesia de Avelãs de Cima. Trata-se da implementação de um percurso pedestre que ligue as duas freguesias numa extensão de 15 kms. Um percurso que valoriza a natureza, passando pelas zonas de rio, parques, pinhais, zonas agrícolas, cruzeiros e capelas, orçado em 12 mil euros (6 mil para cada uma) mas que implica a colocação de sinalização e informação complementar. O projeto já foi revelado junto da Câmara Municipal, que o viu com bons olhos: “a zona do Pereiro divide ou junta as duas freguesias, pelo que o percurso pode ser dividido em dois ou ser feito todo de uma vez”. O percurso será homologado pela Federação Portuguesa de Campismo e Montanhismo.
Catarina Cerca