Um dia intenso, repleto de emoções. Foi assim que o Agrupamento de Escuteiros 221 de Anadia viveu, no último domingo, dia 3, o seu cinquentenário, bênção e inauguração da nova sede, em Alféloas.
Um dos momentos mais altos do dia, talvez o mais emotivo, foi vivido no final da eucaristia dominical, na Igreja Matriz de Arcos.
Luís Rocha, chefe do Agrupamento 221, falou da grande alegria por poder viver este dia de festa com a família escutista, em dupla comemoração (50.º aniversário, bênção e inauguração da nova sede). Evidenciou que este dia vai muito além da celebração dos 50 anos ou da inauguração: “Representa a vitalidade do Agrupamento, que há 50 anos desenvolve um projeto educativo baseado no ideal escutista, nos princípios de cidadania” e que, “com a mesma convicção e motivação, se propõe continuar por mais 50 anos”. Aos presentes salientou ainda o reconhecimento da comunidade naquilo que é o projeto escutista: “Só assim se compreende que em tão pouco tempo se tenha conseguido congregar esforços e boa vontade em torno das obras da sede”, que vai ser “uma ferramenta de trabalho que resulta de um considerável esforço e investimento do Agrupamento e também de uma forte aposta e voto de confiança por parte da Câmara Municipal de Anadia e da União de Freguesias de Arcos e Mogofores, no que foi a cedência, ampliação e beneficiação da sede.”
Luís Rocha, que lidera o Agrupamento há cinco anos, falou ainda do desejo implícito: “Que esta seja a nossa casa por muitos e bons anos e que nela muitos jovens possam experimentar o que é o escutismo, a sua atitude e bondade.”
De resto, o Agrupamento 221 quer continuar a responder às expectativas de todos “aqueles que generosamente nos proporcionaram esta nova casa: dar-lhe um bom uso”, diria aquele responsável, dando nota de que pelo Agrupamento já terão passado cerca de 800 pessoas ao longo destes 50 anos.
“Cinquenta anos de muitos sonhos, vontades, concretizações, algumas contrariedades, mas um Agrupamento que se orgulha da sua história, das pessoas que nele estiveram ou estão envolvidas e que se orgulha do trabalho que desenvolve em prol do bem comum.
“Orgulhar-se é não esquecer e não esquecer é reconhecer”, diria Luís Rocha, justificando o reconhecimento que iria ser feito a um conjunto de pessoas e empresas (ver caixa).
Palavras de reconhecimento e incentivo. Foram várias as palavras de incentivo e de reconhecimento pelo trabalho realizado ao longo de cinco décadas pelo 221. Na ocasião, José Carlos Santos, chefe regional de Aveiro, sublinharia a forma como na cerimónia se honrou a história do Agrupamento e de todo o CNE. Avançaria ainda que o percurso do 221 se deve às pessoas que por aqui passaram, revelando que no mundo há 30 milhões de escuteiros e que o trabalho de voluntariado, em Portugal, feito só pelo CNE (se fosse valorizado) valeria cerca de 48 milhões de euros: “Esta é a dimensão do CNE e do voluntariado que cada vez mais faz sentido”, diria.
Também Norberto Correia, chefe Nacional, destacaria a importância da homenagem: “Estão no bom caminho porque homenageando e lembrando aqueles que estiveram nos alicerces, o suporte do escutismo em Anadia estão a dar garantias de futuro e estas parcerias, hoje aqui evidenciada, nestas distinções que envolvem a Igreja, as autarquias, as empresas, as organizações civis, é a garantia de que o escutismo está a fazer a sua missão.”
Já Fernando Fernandes, autarca da União de Freguesias de Arcos e Mogofores, mostrou-se agradado pelo facto do 221 se ter sediado na antiga EB 1 de Alféloas: “Pela sua importância e grandeza em relação ao que faz”.
Por último, a edil Teresa Cardoso sublinharia que os 50 anos do 221 são um motivo de orgulho, não só pela homenagem prestada a todos aqueles que fizeram parte do Agrupamento, mas também por todos aqueles que, hoje, dão a cara pelo 221, numa tarefa mais difícil que é conseguir angariar novos escuteiros.
A edil não esqueceu o papel dos pais “do tempo que despendem” por “reconhecerem nesta escola, um projeto de vida que acrescenta algo mais à educação e formação das crianças e jovens.”
Quanto à Câmara Municipal de Anadia, deixou a garantia de continuar a apoiar o 221, nomeadamente no próximo grande evento que se realiza a 24 de abril, com a comemoração do S. Jorge: “que vai trazer a Anadia milhares de escuteiros naquela que é a grande festa do escutismo”.
A festa continuou na nova sede. Depois da bênção pelo padre Torrão, teve lugar o descerramento da placa inaugural, pela presidente da Câmara Municipal, Teresa Cardoso e vereador Litério Marques; a plantação de uma árvore e o almoço-convívio.
Homenageados. Maria Alexandrina Cardoso Leal (medalha de agradecimento de 3.ª Classe do CNE); Dr. Augusto Cancela de Amorim, 1.º chefe do Agrupamento, a título póstumo (Carta de Mérito do Agrupamento – Classe Ouro); Judite Reis Grilo (Carta de Mérito do Agrupamento – Classe Prata); 2.º chefe, Daniel Benvindo Coelho Lebre, (medalha de agradecimento de 2.ª Classe do CNE; 3.º chefe, Carlos Alberto Fernandes Mira, a título póstumo (Carta de Mérito do Agrupamento – Classe Ouro); 4.º chefe, Acácio Marcelo Alves Duarte (medalha de agradecimento de 2.ª Classe do CNE); 5.º chefe, José Júlio Oliveira Duarte, a título póstumo (Carta de Mérito do Agrupamento – Classe Ouro); 6.º chefe, Mário Alves Santiago (Carta de Mérito do Agrupamento – Classe Ouro); Comissão Permanente de Pais do Agrupamento 221 Anadia (Diploma de Mérito do CNE); Câmara Municipal de Anadia (medalha de agradecimento de 2.ª Classe do CNE); União das Freguesias de Arcos e Mogofores (medalha de agradecimento de 3.ª Classe do CNE); Santa Casa da Misericórdia de Anadia (Carta de Mérito do Agrupamento – Classe Prata); Diploma de Mérito do CNE às seguintes entidades: Conselho Económico da Fábrica da Igreja da Freguesia de Arcos, Vidromax, Recer, Pavigrés e Primefix.
Catarina Cerca