O Executivo Municipal da Mealhada já tomou posição, de forma unânime, para iniciar o processo de desagregação de freguesias. O assunto esteve em análise nas últimas duas reuniões do executivo, culminando com a aprovação de um documento a repudiar a reforma administrativa preconizada pelo anterior Governo, e que levou à agregação de três freguesias no concelho, sustentando a reversão do processo. O assunto será agora discutido na próxima Assembleia Municipal.
O Município da Mealhada pretende voltar a ter as oito freguesias e já deu os primeiros passos para desagregar Ventosa do Bairro e Antes da atual união de freguesias que inclui também a Mealhada. A proposta do presidente da autarquia, Rui Marqueiro, mereceu a concordância de todos os elementos do executivo, que aprovaram o documento, que agora segue para a Assembleia Municipal de junho próximo.
“Sempre fui contra a agregação de freguesias. Temos um município pequeno e não se verificaram, até hoje, quaisquer vantagens na agregação. Pelo contrário! Antes, as pessoas podiam resolver determinados assuntos na sua terra. Hoje, muitas vezes, têm de se deslocar, porque nas juntas está um funcionário e não um presidente de Junta”, referiu Rui Marqueiro.
O autarca sublinha que, embora lhe pareça que esta é uma questão “pacífica e unânime”, deve ser submetida ao órgão máximo que é a Assembleia Municipal, sendo posteriormente transmitida a decisão ao Governo. “Não temos ainda a certeza do que será feito, mas está aqui aberta uma janela de oportunidade que temos de aproveitar. Pelo menos transmitir que a vontade das populações é esta e depois cabe ao Governo decidir se reverte o processo ou não”, explicou o autarca.
“Isto foi um erro mexer nas freguesias. Na Mealhada foi um tremendo erro, fomos vítimas de um estudo posterior ao Livro Verde para provocar desequilíbrios, pois a Mealhada não tinha qualquer freguesia a ser agregada ao abrigo daquele livro, já que tinha mais de mil habitantes em cada uma delas (Antes e Ventosa do Bairro)”, disse ao JB Rui Marqueiro, frisando que “ultimamente, o Governo anda para a frente e para trás. Há hesitações e receios de perturbação, mas acho que não. É necessário colocar as pessoas sobre o problema, ou seja, quem estiver bem fica e quem não está satisfeito com o que foi imposto diga e apresente deliberações de órgãos autárquicos a dizerem que querem essa desagregação”, defendeu.
“Não prometi nada que não fosse lutar, pelos meios legais ao nosso alcance, para desagregar as freguesias. Gostaria muito de voltar a ter as oito freguesias no concelho”, concluiu.
João Paulo Teles