Para assinalar o Dia Mundial da Alimentação (que se celebra anualmente a 16 de outubro), a Escola Básica de Vilarinho do Bairro levou a cabo, na última sexta-feira, dia 14, a 10.ª edição da Mostra de Sopas.
Uma edição especial já que era solidária, revertendo todo o lucro angariado a favor da corporação de bombeiros de Anadia. “Foi decidido ter um ato de gratidão com quem fez tudo por tudo para proteger a nossa floresta e as habitações que estiveram em risco no incêndio que atingiu o concelho. É um ato simbólico, mas mostra a nossa gratidão”, avançou a docente Alexandrina Leitão, representante do PES (Projeto Educação para a Saúde) na escola de Vilarinho do Bairro.
Um evento que, com o passar dos anos, se destacou como um dos de maior relevo promovidos por este estabelecimento de ensino. Assim, à semelhança de anos anteriores, toda a comunidade educativa esteve envolvida, sem esquecer algumas associações locais (caso do Rancho Folclórico local), que se associaram a esta mostra.
À prova estiveram 25 sopas confecionadas por pais e encarregados de educação de alunos de todas as turmas: “são encarregados de educação sempre atentos e participativos e sem os quais não seria possível fazer esta atividade”, sublinhou Alexandrina Leitão.
O difícil era mesmo escolher a melhor sopa, já que a oferta era muito variada, desde as mais tradicionais (caldo verde, canja, passando pela sopa de feijão preto, sopa da pedra, sopa açoreana, sopa de peixe), até às mais inovadoras e diferentes, como a sopa de alho francês com gengibre, sopa de fruta ou sopa de banana.
A docente Alexandrina Leitão, ligada ao PES desde o seu início juntamente com a professora Alexandra Gonçalves (mentora deste evento e da caminhada pelo coração, que se tornaram imagens de marca da escola) mostrou-se muito satisfeita com a moldura humana presente nesta edição.
“O balanço é francamente positivo. Hoje os miúdos comem mais sopa e este tipo de iniciativas ajuda a promover o seu consumo”, afiança.
Simultaneamente, esta iniciativa teve o mérito de se tornar um hábito na comunidade onde está inserida. Pais e encarregados de educação, ex-alunos, docentes de outras escolas e muitos amigos reúnem-se aqui ano após ano, ainda que a iniciativa tenha acabado por ser replicada, realizando-se em muitas outras escolas do concelho.
Iniciativa muito elogiada. A iniciativa é muito elogiada por todos. A enfermeira Fátima Gomes, do Centro de Saúde de Anadia, explicou que este evento se insere num projeto mais abrangente, designado por Sopa.come.
Daí a sua presença para sensibilizar a comunidade escolar para o projeto Sopa.Come, que visa promover a redução de sal na sopa como forma de contribuir para uma alimentação mais saudável.
“O objetivo é que desde pequenino se consuma pouco sal”, disse, considerando este evento “excelente, um espaço de partilha, de promoção da sopa como base alimentar.”
De igual forma, a edil anadiense Teresa Cardoso avançaria tratar-se de “uma excelente iniciativa, que tem sido um bom exemplo e, este ano, bem acolhida com vários estabelecimentos de ensino do concelho a promover a mesma ação.”
Um evento que ganhou dimensão e que a seu ver “é uma forma de trazer os pais à escola, mas ao mesmo tempo uma forma de deixar os filhos orgulhosos por verem os pais a colaborar na confeção das sopas.”
Quanto à vertente solidária da iniciativa, reconheceu que vem “reforçar o que eu venho dizendo. A população de Anadia é generosa e solidária. Todos os dias vamos assistindo a eventos e iniciativas que visam dar o seu contributo solidário para as nossas associações do concelho”.
Bibliosopa aposta na inovação
Nesta mostra, que tem o mérito de apresentar sempre novidades, destaca-se, na presente edição, a Sopa Asiática, confecionada pela professora responsável pela biblioteca Noémia Leitão que, vestida a rigor, falou um pouco da cultura e dos sabores asiáticos.
Na sua banca, sempre uma das mais inovadoras, faz questão de, ano após ano, deliciar os participantes com uma sopa diferente. “Aposto todos os anos numa sopa diferente, seja sobre uma região do país ou até sobre outros países e regiões do globo.”
Este ano, à prova esteve uma sopa chinesa de frango, com legumes e ovos e leva massa chinesa: “uma sopa muito leve e refrescante. Quem provou gostou, mas é um pouco exótica, admito,” explicou a docente.
Catarina Cerca