Cerca de dois milhões de euros é quanto “deve” a Escola Profissional de Agricultura. Tal passivo, confirmado agora pelo novo diretor, decorre do levantamento feito junto dos fornecedores. Trata-se de uma situação “complexa e muito delicada”, adiantou, em declarações a um quinzenário local, João Queiroz Pinto, que alega andar a “corrigir erros de gestão desde 2014”.
Em questão está, por exemplo, a construção de horários, com inclusão de horas não letivas nos trabalhos dos docentes, que aquele dirigente considera “incorreta”. Erros que terão suscitado atrasos na receção de verbas, oriundas do Programa Operacional Capital Humano (POCH).
Também o polo de eventos é problema. Construído de raiz, no decorrer do mandato de Fernando Santos, precisa agora de ser (urgentemente) rentabilizado. Em perspetiva poderá estar um eventual “acordo” com a autarquia, para que aquela infraestrutura seja utilizada. Porém, se tal não for possível, o referido espaço pode vir a ter outro destino: ser readaptado pelo ministério. “Para um ginásio, que a escola ainda não tem”, admite o diretor da EPADR, que também quer reativar o polo da restauração, para servir refeições à comunidade “a preços razoáveis e não simbólicos, como eram praticados”.
De referir que os problemas financeiros da EPADR começaram a ser detetados no primeiro trimestre deste ano, tendo chegado ao Conselho Geral a 27 de abril. Na reunião daquele órgão, foi ouvido o técnico administrativo, que levantou “preocupantes questões” sobre práticas da gestão e administração, executadas pelo órgão executivo e conselho administrativo “ao longo dos últimos anos”. Uma exposição escrita foi mesmo entregue, por aquele funcionário, ao antigo diretor, com conhecimento ao Instituto de Gestão Financeira da Educação e Direção Geral Estabelecimentos Escolares.
No decorrer da mesma reunião foi então decidido pedir uma sindicância, às contas da escola, a qual ainda decorre. Os resultados da investigação serão conhecidos “até final do ano”, confirmou João Queiroz Pinto.
Nova equipa diretiva. Casa foi arrumada no arranque do novo ano letivo da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (EPADR). João Queiroz Pinto, que tomou posse a 9 de setembro como diretor, chamou para adjunto da direção João Evangelista Marques e manteve Oriana Mónica Marcelino como subdiretora, função que já exercia na direção cessante. A coordenadora dos diretores de cursos profissionais é, ainda, a par de Áurea Brandão Ruela, vogal do Conselho Administrativo, a que preside o novo diretor.
Novidades ainda no Conselho Geral (CG), órgão de direção estratégica da escola, presidido por Filomena Martins. Integra 15 membros, entre pessoal docente e não docente, representante dos alunos do ensino secundário, pais e encarregados de educação, e município. Cooptados pelos membros, conforme determina o regimento, fazem ainda parte daquele órgão dois representantes da comunidade local, Misericórdia de Vagos e Núcleo Empresarial de Vagos (NEVA).
É precisamente este último organismo que acaba de ser “excluído”. Tanto quanto apurámos, em causa está a não comparência a três reuniões, alegadamente sem motivo justificado. Conforme preceitua o artigo 17.º do regimento, compete ao CG (neste caso) declarar “perda de mandato, precedida obrigatoriamente de audiência do interessado”.
Eduardo Jaques
Rosa Rodrigues disse:
Já para não falar do dinheiro que ficaram a dever a alunos que frequentaram uma formação de 100 horas, cujos subsídios nunca foram pagos, e já lá vão mais de 5 anos.