Oriana Pataco, Diretora JB
A pouco mais de um mês da visita do Papa a Fátima, no âmbito do centenário das aparições, a segurança torna-se assunto principal. As preocupações acentuam-se à medida que os dias passam e agudizam-se quando nos dão nota de mais um atentado terrorista, que vitimou 14 pessoas numa estação de metro, na segunda maior cidade da Rússia, São Petersburgo.
É mais um ato sangrento a manchar as estatísticas dos últimos meses e certamente que não terá sido engendrado na hora ou naquele dia.
Este tipo de ações é estudado ao pormenor, com muita antecedência. Por isso, não vamos agora todos ficar absolutamente descansados porque Portugal vai encerrar as suas fronteiras entre 10 e 14 de maio, de forma a controlar “melhor” as entradas e saídas do nosso território. Recordo um caso recente, o do jihadista marroquino preso em França quando alegadamente se preparava um atentado naquele país, tinha vivido em Aveiro com o seu recrutador. Ou seja, não podemos ingenuamente pensar que Portugal é um paraíso e que estamos livres de uma ação deste género. Há células terroristas espalhadas pelo mundo inteiro e o nosso país não será exceção.
Porém, há medidas de segurança que acredito, estejam a ser seriamente analisadas há muitos meses, para que tudo decorra dentro da normalidade, desde que o Papa Francisco aterre em Portugal, às 16h20 do dia 12 de maio, até que parta, às 15h do dia seguinte.
Também não é a primeira vez que Portugal encerra temporariamente as fronteiras, já acontecera no Euro 2004 e durante a cimeira da NATO em Lisboa (2010).
Há outras questões de segurança que estão a levantar preocupações, por exemplo, algo tão simples como o aparecimento de drones. Li há dias que Portugal equaciona comprar um equipamento que bloqueie os drones que tentem sobrevoar o local, a fim de proteger o Papa e os peregrinos. É bom saber, por outro lado, que o santuário do Fátima e a área envolvente vão dispor de um sistema de 11 câmaras de videovigilância. Existirá igualmente um reforço da vigilância na entrada de comboios internacionais, aeroportos e zonas portuárias.
O controlo das multidões será também motivo de desassossego. Vai implicar uma grande articulação entre as forças de segurança e as forças de socorro e de apoio, ou seja, INEM, Direção-Geral de Saúde e Bombeiros.
Ainda assim, esta visita do Papa será, em termos de segurança, teoricamente mais fácil do que a de Bento XVI, em 2010. Isto porque se trata de uma viagem meramente apostólica, ou seja, o Papa Francisco não vem a Portugal na qualidade de chefe de estado e, por outro lado, vai circunscrever a sua visita a Fátima, e não a Lisboa e Porto, como da última vez.
Resumindo, temos de acreditar que as nossas forças de segurança tudo farão para nos proteger e não vamos pensar no pior. Deus nos livre de tal.
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