Sob a égide da renascida Academia do Vinho da Bairrada – que a edita -, “Caves da Bairrada. Elementos da sua História”, a mais recente obra do bairradino e engenheiro agrónomo António Dias Cardoso, foi apresentada no sábado, dia 20, no Palace Hotel da Curia.
E foi precisamente neste emblemático hotel, onde se respira charme e elegância, que Dias Cardoso, antigo diretor da Estação Vitivinícola da Bairrada, rodeado por muitos familiares, amigos e agentes ligados ao setor, deu a conhecer a obra que há muito queria fazer.
Apoiando-se na documentação das empresas, arquivos oficiais, imprensa da época e testemunhos vividos, percorre um período de grande dinamismo empresarial, desde finais do séc. XIX até meados do séc. XX. São 184 páginas, cerca de 120 anos de história e 19 as empresas retratadas nesta obra publicada pela Academia do Vinho da Bairrada, que nasceu em 1998 por sugestão de Luiz Costa (já falecido).
Dias Cardoso, que em 2010 foi distinguido pela Revista de Vinhos como Senhor do Vinho e que está também nomeado para o Prémio W 2017 Senhor do Vinho, atribuído pelo crítico de vinhos Aníbal Coutinho (também presente neste evento), deixaria, na ocasião, palavras de sentida gratidão a todos os que o ajudaram a fazer este livro, desde as caves que lhe “escancararam os seus arquivos”, aos familiares de fundadores e antigos colaboradores, passando por entrevistas a figuras de referência da região, funcionários de serviços públicos, Arquivo Distrital de Aveiro, Conservatória do Registo Comercial de Anadia, Biblioteca Municipal de Anadia, até ao bom amigo e seu colaborador na EVB, João Venâncio Marques, que lhe permitiu o acesso a fotografias antigas e recortes de imprensa “dignos de um colecionador apaixonado como ele o é”.
Na ocasião, Dias Cardoso referiu-se às Caves da Bairrada, como empresas que nasceram e prosperaram num contexto muito diferente do atual, o que explica as dificuldades de adaptação que atravessaram e que levariam ao encerramento de algumas: “mas devemos enaltecer as que conseguiram atravessar a tormenta e investiram na vitivinicultura, na modernização tecnológica, na conquista de mercados e atingiram um elevado patamar de qualidade que hoje as coloca entre as melhores”, dizendo-se ainda “um homem extremamente feliz”, por ter realizado um trabalho que há muito sonhava empreender e que agora apresentava “na companhia da família mais próxima e de tantos e tão bons amigos”. “Vejo à minha frente a quase totalidade dos agentes económicos e instituições bairradinas. Vejo familiares dos grandes obreiros das caves da Bairrada, colegas enólogos, quase poderia dizer, a Bairrada está comigo, porque eu também tenho sempre procurado estar com a Bairrada”, concluiu.
Catarina Cerca
Leia a reportagem completa na edição de 25 de maio 2017 do JB