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Vagos

Parque Campismo da Vagueira: Autarquia ganha processo: Supremo confirma sentença

Agora é definitivo: o imbróglio jurídico, relativo ao Parque de Campismo da Vagueira, que opunha a Câmara de Vagos e o luso-americano José Arlindo Abreu, teve um final feliz para o município vaguense. Acaba de ver confirmada, pelo Supremo Tribunal de Justiça, a sentença anteriormente proferida (abril do corrente ano), pela Relação do Porto, que considerava “improcedentes as alegações do recurso apresentado”, e como tal absolvia a autarquia, que agora “nada tem a pagar ao autor.”
Em causa estava a ação, intentada pelo antigo proprietário do Parque de Campismo da Vagueira, que reclamava uma dupla indemnização, no montante de 4.987.978,97 euros, decorrente da anulação da transação do “camping” e não cumprimento do contrato promessa da venda de 15 hectares de um terreno adjacente.
Inconformado, o referido empresário, que já antes tinha sido obrigado a devolver o “camping” à autarquia, depois de o Tribunal de Vagos ter declarado nulo o contrato de compra e venda (decisão confirmada em 2009 pelo Supremo Tribunal Administrativo), exigia, na prática, o pagamento a título de “cláusula penal” estabelecida no contrato. Tinha sido “despojado” do parque de campismo, por “erro imputável ao município”, sustentava José Arlindo Abreu.

“Naturalmente satisfeito”. De referir que o Parque de Campismo da Vagueira foi adquirido, por aquele empresário em 1993, por 1,2 milhões de euros, durante o último mandato do social-democrata João Rocha, que entretanto haveria de perder as eleições. O executivo de Carlos Bento (CDS-PP), que lhe sucedeu, decidiu pedir a anulação do contrato de compra e venda, tendo o processo vindo a arrastar-se pelos tribunais durante mais de duas décadas. O município de Vagos acabaria por vencer “em todas as instâncias”, chegando mesmo a superar o pedido de “revisão extraordinária de sentença”, interposto pela defesa do empresário.
Em declarações à comunicação social, o presidente da câmara disse estar “naturalmente satisfeito” com a resolução favorável do processo judicial, que considerou ser “uma excelente notícia para Vagos.” “O importante é estarmos livres deste processo, que era muito complicado”, reconheceu Silvério Regalado.