O padre Francisco Melo vai regressar à paróquia de Oliveira do Bairro, em julho, depois de meio ano de missão na Ilha do Príncipe. A promessa é do próprio que, perante os medos e rumores de alguns paroquianos, fala do assunto, garantindo que apesar de liderar este desafio fora de portas, não deixará a condição de ser pároco de Oliveira do Bairro e Palhaça.
As obras, que terminaram recentemente na igreja, a generosidade dos oliveirenses e as dívidas que vão sendo saldadas, são outros assuntos em análise nesta entrevista a JB, que nos remete, igualmente, para o balanço de mais de dois anos da sua presença na paróquia bairradina.
Concluídas as obras na Igreja de Oliveira do Bairro, está satisfeito com o resultado final?
Estou muito satisfeito. Em primeiro lugar, porque acho (é claro que existem sempre alguns reparos e alguns reparos são pertinentes) que há uma opinião generalizada de pessoas que estão satisfeitas e que estão felizes. A minha satisfação é essa, reparar que as pessoas estão satisfeitas. Ainda esta semana recebi uma chamada de um senhor que está em Lisboa, que é daqui de Oliveira do Bairro, que quer vir cá ver as obras. Isso é bom. O que tenho sentido é que as pessoas estão contentes.
Tinha receios de reações menos favoráveis em relação às obras?
Há sempre receios nestas coisas. Houve opções que eram um pouco arriscadas. O altar, o design do altar e do ambão, aquela forma geométrica que foi usada… a opção do restauro daquele altar lateral da Senhora dos Anjos, eram tudo questões que poderiam, eventualmente, não ter agradado às pessoas.
Sinto que as pessoas gostaram, ainda não ouvi ninguém a falar mal do altar. Também é possível que falem e eu não saiba.
(…)
A sagração do altar e toda aquela cerimónia fica como um marco para a vida da paróquia…
Aquele dia 17 de novembro é um dia que temos que ir recordando porque foram tantos anos a tentar encontrar – e esse foi o maior problema – um caminho que, de modo geral, agradasse às pessoas.
Sinto-me feliz, contente, realizado.
Quando assumiu este cargo e a herança pesada das obras, que se arrastavam há anos, ficou assustado?
Assustar, assustar não, mas quando vi que havia obras para concluir – que já estavam começadas – o que mais pensou a minha conciência foi: «Que diabo, estou sempre metido em trabalho». Foi o que senti (risos). Em Ribeira de Fráguas apanhei uma igreja sem vidros, foi Vale Maior, foi a Gafanha da Encarnação e agora esta. Quando cá cheguei e vi que era necessário continuar as obras… Deus me livre (risos).
(…)
Há receios em Oliveira do Bairro que possa não regressar à paróquia depois da missão na Ilha do Príncipe. Têm fundamento esses medos da população?
Os aviões caiem [risos]. São receios infundados, de tal modo que eu nem sequer deixo de ser o pároco de Oliveira do Bairro. Mesmo estando longe vou continuar a ser o pároco de Oliveira do Bairro. Nem sequer vai ser nomeado outro para estas funções. Esta questão acaba por ser uma não questão.
A paróquia tem um vigário paroquial, que é o padre Pedro, há de vir um padre que vai celebrar as missas e tudo vai funcionar normalmente. Como já disse, não sinto que esta paróquia tenha uma guerra latente, que se sinta que está tudo para explodir, nada disso.
Esses receios serão uma forma da comunidade dizer que gosta do atual pároco?
Percebo os receios das pessoas. Ou porque já passaram por esta situação e não querem voltar a passar [risos]… agora quanto ao gostar do pároco… ainda é lua de mel.
A entrevista completa pode ser lida na edição de 2 de janeiro de 2020 do JB
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