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Sociedade

COVID-19: Estudo conclui que só 25% dos portugueses mantêm distância recomendada

O estudo Perceções Sociais sobre a Covid-19 foi apresentado hoje pela diretora da Escola Nacional de Saúde Pública, na reunião do Infarmed.

LUSA

Mais de um terço dos portugueses saíram de casa nas últimas duas semanas sem ser para ir trabalhar e apenas 25% mantiveram a distância recomendada de dois metros entre as pessoas, segundo um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública.

O estudo Perceções Sociais sobre a Covid-19 foi apresentado hoje pela diretora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Carla Nunes, na reunião do Infarmed que reuniu vários peritos para analisar a situação epidemiológica em Portugal no âmbito da pandemia de covid-19.

Sobre a frequência de saída de casa nas últimas duas semanas sem ser para ir trabalhar, especialmente na última quinzena de novembro, observa-se “uma diminuição de todos os dias ou quase todos os dias”, mas com valores “ainda muito elevados” de cerca de 35%, segundo os dados do estudo Barómetro Covid-19 Opinião Social, que inquiriu 182.581 pessoas desde março.

Relativamente à pergunta se o inquirido usou sempre máscara quando saiu de casa e esteve com outras pessoas, observou-se uma melhoria novamente em setembro e outubro, mas ainda há 20% a dizerem que nem sempre usaram.

Quando se questiona se o inquirido esteve sempre de máscara quando esteve em grupos com dez ou mais pessoas, 35% admitiram que não.

Ao analisar o acesso aos serviços de saúde, o estudo da ENSP verificou que há ainda cerca de 20% das pessoas a dizerem que necessitavam de ir a consultas, mas que não foram por receio ou porque foi desmarcada pelo serviço.

Cerca de 40% disseram evitar ou a adiar cuidados não urgentes por receio de contrair covid-19 nos serviços de saúde.

Em relação ao nível de confiança na capacidade de resposta dos serviços de saúde à covid-19 observa-se “desde maio, junho uma tendência muito clara com o pouco confiante e nada confiante a ganharem espaço e relevância e, neste momento, cerca de 40% das pessoas a manifestaram esses sentimentos.

Sobre a mesma questão, mas para outras doenças sem ser covid-19, este padrão mantém-se “com o pouco confiante ou nada confiante a ganharem cada vez mais peso”, com perto de 70% das pessoas a afirmarem-no.

A adequação das medidas implementadas pelo Governo no combate à covid-19 também mostra “um claro padrão”, com cerca de 50% a considerarem-nas muito adequadas e adequadas e os restantes pouco adequadas e nada adequadas.

Inquiridos sobre tem a intenção de tomar a vacina contra a covid-19 assim que estiver pronta, 25% afirmaram que estão disponíveis para a tomar, contra 10% que não pretendem ser vacinados.

Metade disse estar confiante ou muito confiante em relação à eficácia e segurança das vacinas, adianta o estudo.

A ENSP abordou também a perceção do estado de saúde nos últimos dois meses. “Em termos de saúde mental esteve melhor durante o verão, mas agora está semelhante também ao início da pandemia”, disse Carla Nunes.

Quem apresenta pior estado de saúde, seja global, seja mental, são as mulheres, os mais velhos e com menores níveis de escolaridade, salientou.

Sobre a frequência com que a pessoa se tem sentido agitada, ansiosa, em baixo ou triste devido às medidas de distanciamento físico, o estudo verificou algumas variações ao longo da pandemia, mas agora estão semelhantes nesta última quinzena ao início da pandemia, na segunda quinzena de março.