A Câmara Municipal de Águeda instalou, no Mercado Municipal, uma máquina de recolha seletiva de resíduos, que identifica e separa embalagens de vidro, metal (nomeadamente latas) e PET.
Desenvolvida no âmbito do projeto do Laboratório Vivo para a Descarbonização – Águeda Sm@rt City Lab, “é uma iniciativa inovadora que mobiliza e sensibiliza a comunidade para a valorização de resíduos, evitando a sua indevida deposição como resíduo indiferenciado”, refere nota da Câmara.
O projeto, cofinanciado pelo Fundo Ambiental e que arrancou na Semana Europeia da Prevenção da Produção de Resíduos, cruza os seus objetivos com os princípios da sustentabilidade e economia circular, a promoção do concelho e da economia local, mas também com a solidariedade e a dinamização de parcerias locais.
“Resíduos com Valor” é a nome desta iniciativa que pretende “promover uma gestão mais eficaz, quer para a redução dos resíduos gerados pelos cidadãos e pelo comércio, quer para a separação e valorização dos resíduos produzidos”, dá conta a mesma nota.
Ao depositar-se um resíduo na máquina, cuja utilização é gratuita, esta emite um talão com o número de pontos correspondente, sendo que os pontos acumulados poderão ser trocados por diverso material (por exemplo, sacos reutilizáveis, kits domésticos de reciclagem, redutores de caudal, etc.), por entradas nas Piscinas Municipais ou em museus.
Os pontos podem ser trocados na sede do Laboratório Vivo para a Descarbonização – Águeda Sm@rt City Lab (na Rua Luís de Camões) ou no Posto de Turismo de Águeda.
Além da componente ambiental, este projeto valoriza ainda as demais componentes da sustentabilidade: social e económica. Através da parceria estabelecida com a ERSUC e com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Águeda (AHBVA), pelos resíduos valorizados e encaminhados uma quantia monetária reverte para os bombeiros. No início de 2021, os pontos obtidos na máquina poderão ainda ser trocados por descontos no comércio de Águeda.
A primeira máquina do género na região
Jorge Almeida, presidente da Câmara Municipal de Águeda, destacou, para além da componente ambiental e social, o sentido inovador deste projeto, uma vez que esta é a primeira máquina do género instalada entre os 36 municípios que compõem o universo da ERSUC. “Uma vez mais somos pioneiros”, disse, sublinhando que a Câmara, através desta ação, “está a criar um conjunto de incentivos aos munícipes para que venham aqui trazer os seus materiais recicláveis”.
O apoio atribuído aos Bombeiros pela ERSUC, resultante do valor com os volumes reciclados, é “mais uma razão” para que haja adesão a esta iniciativa, “porque desta forma estamos a cuidar do ambiente, a tornar este nosso mundo mais sustentável e ao mesmo tempo a apoiar os nossos bombeiros. É um grande desafio”, declarou o edil.
Para Manuel São Bento, Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Águeda, os valores conseguidos através deste projeto serão mais do que bem-vindos, porque “para as necessidades que os bombeiros têm, todos os apoios são poucos”. O responsável destaca a componente ambiental deste projeto inovador, porque “hoje, mais do nunca, é obrigação de todos ajudar a tornar o ambiente melhor”.
José Calhoa, administrador da ERSUC, apelou à adesão ao projeto, alertando para a importância da reciclagem. “Toda a garrafa de vidro que é colocada no lixo indiferenciado é um problema, dá-nos muito prejuízo, porque nos rasga as telas dos TMB (Tratamento Mecânico Biológico), que por sua vez vão impossibilitar a separação correta dos outros materiais”.
Neste tipo de parceria, que a ERSUC tem com outras instituições sociais, “o método é sempre o mesmo: a separação correta dos resíduos, a sua valorização e em contrapartida damos um valor (à instituição)”.
A máquina tem instruções disponibilizadas no local (loja n.º 50 do Mercado Municipal, de frente para o edifício dos Bombeiros Voluntários, com acesso pelo exterior).