Jessica Pequeno, natural de Calvão, Vagos, foi raptada na passada segunda-feira, em Matola, nos arredores de Maputo. A bairradina foi raptada por um grupo desconhecido entre as 7h e as 8h locais, na rua da sua residência na cidade da Matola, pouco depois de sair de casa, disse à Lusa a diretora provincial do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), Benjamina Chaves.
Jessica Pequeno, 27 anos, é filha de um casal proprietário do restaurante Burako da Velha, onde a jovem também trabalha. Segundo contou a mãe, Dina Pequeno, ao quinzenário O Ponto, a jovem ia ao encontro da ama do filho, quando “apareceram os raptores de carro, armados, só a levando a ela”. A mãe de Jessica adiantou ainda que o restaurante é muito frequentado pela comunidade portuguesa que trabalha e vive na região de Maputo mas não só. Dina Pequeno afiançou ainda que “não tem qualquer problema com a comunidade local nem com quem frequenta o restaurante”. Acrescentou, contudo, que estas situações se repetem anualmente naquele país quando se aproximam quadras festivas.
O rapto desta cidadã com raízes em Vagos é o décimo este ano contra empresários e familiares de várias origens, confirmou o presidente da Associação Portuguesa de Moçambique. “Os empresários em Moçambique estão preocupados, portugueses e de todas as nacionalidades: isto afeta o nosso dia-a-dia, a nossa paz de espírito e faz olhar para o país com mais cuidado”, referiu à Lusa Alexandre Ascenção, ele próprio empresário.
Alexandre Ascenção receia que o momento de dificuldades económicas que se vive à escala global, com impactos severos em Moçambique, devido à pandemia de Covid-19, aumente a probabilidade de pessoas perderem o “discernimento” e cometerem atos desesperados.
“A vida tem de continuar, não podemos estar a pensar viver com medo, mas temos de ter cada vez mais cuidado”, defendeu.
Sobre o rapto de Jessica Pequeno, refere que “ninguém faria prever que seriam pessoas alvo, significa que ninguém está livre de ser colocado nesta situação”.