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Vagos

Autarca de Vagos critica governo e diz que fecho das escolas peca por tardio

Silvério Regalado considera que não houve coragem ou quiçá a preparação necessária para o governo tomar estas medidas mais cedo. Sobre a vacinação contra a Covid-19,, “é justíssimo os bombeiros reivindicarem estar na lista dos prioritários”.

O encerramento das escolas por quinze dias, anunciado esta quinta-feira pelo primeiro-ministro António Costa, é uma medida que “peca por tardia”. Na reunião do executivo de hoje, o presidente da Câmara Municipal de Vagos criticou duramente o governo, afirmando que “chegou a altura de dizer basta e atuarmos”.

“Esta medida de encerramento das escolas peca por tardia e na minha opinião, se tivessem decidido encerrar o 3.º ciclo e o ensino secundário mais cedo, isto podia ter sido evitado. Mas infelizmente não houve coragem ou, se calhar, a preparação necessária para tomar essas medidas”, considerou Silvério Regalado. “Estamos numa situação dramática e abandonados pelo nosso governo, por isso temos de ser cada vez mais fortes e unidos no nosso concelho”, afirmou ainda o autarca de Vagos.

O presidente admitiu inclusive que o encerramento das escolas começou a ser preparado, no seu concelho, na véspera. “Fizemos contactos com fornecedores de equipamentos informáticos, para que possamos dar início a um processo de aquisição de mais equipamentos deste género para disponibilizar aos alunos que deles necessitem.” Mas mesmo nesta questão, Silvério Regalado voltou a criticar o facto de a câmara ainda não ter recebido as verbas correspondentes, quer à candidatura feita ao Programa Operacional Regional, para a aquisição de computadores na 1.ª fase da pandemia, quer a outros equipamentos. “Dos esforços financeiros que a câmara fez na primeira fase, o governo ressarciu-nos de zero, apesar de nos ter sido prometido, não recebemos qualquer verba nem para equipamentos de proteção individual, nem para computadores, nada.”

Por essa razão, avançou que os autarcas se sentem “abandonados pelo governo e não é por acaso que, nas eleições autárquicas, as abstenções são menores, porque as pessoas reveem-se no trabalho das autarquias, sejam estas de que cor forem, porque são os autarcas que respondem aos problemas reais das pessoas”. O que tem sido feito em Vagos “é por nossa autonomia, pelo trabalho das IPSS e da Misericórdia”, salientando o facto de, até ao momento, não ter havido nenhum surto nas instituições do concelho.

Vacinação: Luta dos bombeiros é “justíssima”

Referindo-se, por outro lado, à vacinação contra a Covid-19, que teve início ontem, dia 20, nas Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI) de Vagos, e que “também contou com o apoio da autarquia, na disponibilização de viaturas e equipamentos”, Silvério Regalado manifestou considerar “justíssima a luta dos bombeiros”, que reivindicam fazer parte das prioridades da vacinação. “Tenho defendido isso ao longo do tempo. Os bombeiros também se têm sentido abandonados e também aqui tem sido as autarquias a responder. Ao nível municipal, temos que estar bastante unidos, porque o país está entregue a si próprio”, lamentou o presidente da câmara de Vagos.