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Sociedade

Armor Pires Mota, o homem que elevou o JB a outro patamar

Nesta entrevista, enquadrada no 70.º aniversário do JB, recordamos a História pela voz do eterno chefe de redação do Jornal da Bairrada.

A colaboração de Armor Pires Mota é quase tão antiga quanto o próprio jornal. Começou pela poesia, seguiram-se crónicas de guerra e a ligação não mais se quebrou. Com a sua entrada, o Jornal da Bairrada ganhou um novo fôlego, atingindo um patamar de qualidade e um número de assinantes surpreendente.

Nesta entrevista, enquadrada no 70.º aniversário do JB, recordamos a História pela voz do eterno chefe de redação do Jornal da Bairrada.

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Jornal da Bairrada continua a cumprir a missão a que se propôs há 70 anos, ser a voz de toda a Bairrada e de todos os bairradinos?
Penso que sim e muito melhor. É importante (e obrigatório) ser a voz do povo e, sobretudo, dos que não a têm. É importante a reportagem, por onde começámos a recuperação, tanto como a entrevista; importante é o Desporto e, por isso, nunca quisemos perder o Manuel Zappa e trouxemo-lo de volta, do Região Bairradina, onde se acolhera, com uma pequena armadilha (ele sabe o que foi) e nem por isso tal situação nos perturbou a boa amizade. Para mim contava o mérito. Tenho orgulho: de um operário (torneiro mecânico) “fiz” um bom jornalista na área do Desporto. Importantes são os muitos cadernos temáticos, o grafismo, a boa fotografia e a boa paginação, a escrita adequada, talvez também a delicadeza da cor e o tamanho da fotografia na 1.ª página e até no interior. Houve evolução. Com a Oriana na chefia notaram-se algumas arrojadas iniciativas como as duas Galas anuais: a Gala de Mérito e a Gala do Desporto, a promoção de jantares-conferências, debates, trazer às páginas do JB gente que, com coração bairradino, e não só, se vai distinguindo ou ganhando prémios em várias áreas, do vinho à medicina, da criatividade às artes, etc.. Oriana, convém que o jornal seja o toque de clarim na defesa do que é a genuína alma da Bairrada. E, estando a fazer isto com carinho, a embalar o nosso chão, sintam uma certeza: estão no bom caminho, embora este tempo de muita névoa também atinja hoje os jornais, todos os jornais, e seja preocupação constante pelas dificuldades criadas, não só nos trabalhos, mas até financeiras.
Hoje, o JB [face à situação de pandemia Covid-19] é feito em teletrabalho, o que não é a mesma coisa que fazê-lo na Redação, longe disso. Como bem sabe a Oriana, que está de parabéns como toda a esforçada equipa.

Que importância tiveram e ainda têm os correspondentes do Jornal da Bairrada?
Toda a importância. São sempre a voz fresca do povo e das gentes; que nunca tenham medo de criticar o poder quando falha, abusa ou mente. São a voz da proximidade e da verdade. Hoje é cada vez mais difícil mantê-los despertos e novos raramente surgem no PTB, o que não sucede no Desporto. Os tempos são das plataformas digitais. Antigamente, ser Correspondente dava estatuto, importância. Obrigavam os poderes a baixar aos povoados. Hoje, poucos se preocupam com as necessidades de suas terras. É mais com os equipamentos digitais.

Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores?
Ser leitor do Jornal da Bairrada é uma honra para ambas as partes e está entranhada no amor à nossa pequena Pátria que é a Bairrada, tal como escrevia padre Acúrcio. O jornal precisa do leitor e o leitor precisa do jornal. É uma parceria agradável e prestável. Com bairrismo e amor. De tal modo é a atração que, quando não chega no dia habitual, logo o leitor sente a falta e lamenta… Assim continue esta paixão por muitos anos.

Tem orgulho no Jornal da Bairrada?
Com certeza. Ele é “nosso”. Tenho largas razões para isso: doei-me aos projetos. Tenho a certeza de ter cumprido a minha missão o melhor que podia e sabia, ter servido as terras da nossa Bairrada com amor e sacrifício. E uma verdade é que, se não tivesse orgulho e amor ao jornal, não continuaria a escrever com a força das palavras o que me vai na alma. Muitas vezes, refiro-me ao “nosso Jornal”, porque, de certo modo, ainda o vivo. Por isso, não foi difícil voltar. Tenho entrada livre.

Leia a entrevista completa na edição de aniversário (18/02/2021) do JB