Março foi o mês da Luta Contra o Cancro do Intestino. E, em ano de pandemia, é agora mais importante do que nunca, sensibilizar a população e motivá-la para o rastreiro deste tipo de cancro, que já é a terceira causa de morte por cancro no mundo.
Em 2020, em Portugal, foram diagnosticados 10.501 novos casos de cancro colorretal, o que corresponde a cerca de 28 casos por dia. Neste período, registou-se um total de 2.972 mortes. Já em janeiro de 2021, mais de 1.000 cancros colorretal ficaram por diagnosticar, de acordo com as estimativas da Liga Portuguesa Contra o Cancro. A Covid-19 é sem dúvida o grande motivo para a falta de diagnóstico, o que se prevê que num futuro próximo traga consequências dramáticas.
Neste contexto, em que o número de rastreios diminuiu drasticamente, foi essencial criar um movimento de sensibilização que alertasse a população para a importância da deteção precoce deste tipo de cancro. Sendo que, se este tipo de cancro for detetado numa fase inicial, a taxa de sobrevivência é de 90%, enquanto se for descoberto num estado mais avançado a taxa de sobrevivência é de apenas 10%, segundo o Global Cancer Observatory.
Assim, a Médis e a Fundação Ageas juntamente com as Farmácias Portuguesas, a Fundação Millennium bcp, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Europacolon Portugal lançaram, no dia 15 de março, uma campanha nacional de sensibilização para a Deteção Precoce do Cancro Colorretal.
Esta iniciativa destina-se a pessoas entre os 50 e os 74 anos, assintomáticas, com ausência de: histórico de neoplasia e/ou pólipos colorretais; doença inflamatória intestinal (exemplo: colite ulcerosa ou doença de Crohn) ou história familiar em 1.º ou 2.º grau de cancro colorretal ou adenoma.
Para a realização do rastreio as pessoas devem deslocar-se a uma das farmácias aderentes da rede de prestadores Médis (no distrito de Aveiro contamos com 18) e solicitar um kit que vem acompanhado com um livro de Banda Desenhada alusivo ao tema. Estes kits não têm qualquer custo, sendo oferta da Fundação Ageas.
Após a colheita das amostras de fezes, devem entregar na farmácia onde pediram o kit. Com base no resultado enviado pelo laboratório, o farmacêutico irá aconselhar sobre os passos seguintes a serem tomados, nomeadamente a necessidade de efetuar novo teste dentro de um a dois anos, ou o agendamento de uma consulta médica no caso de um resultado positivo.
Na primeira semana de campanha, mais de 800 utentes realizaram o teste a nível nacional. É, por isso, importante continuar a alertar a população local para a importância desta ação, ainda para mais quando existe uma maior incidência de casos na Região Litoral Norte.
Esta campanha de sensibilização decorre até dia 14 de abril, de norte a sul do país. Durante este período, esperamos contribuir para o aumento do conhecimento da população sobre esta patologia e seus sintomas e para a deteção precoce do cancro colorretal, de modo a conseguir salvar vidas e reduzir significativamente a taxa de mortalidade.
Por isso, se tiver 50 anos ou mais, não hesite. Faça o rastreio e proteja-se contra o cancro colorretal.
Saiba mais sobre esta campanha aqui
Katrien Buys
Conselho de Administração da Fundação Ageas