O geneticista António Lima-de-Faria foi homenageado pelo Município de Cantanhede no passado dia 4 de julho, a propósito do centenário do seu nascimento.
A iniciativa consistiu na preparação de um documentário a ser divulgado nas redes sociais do Município, tendo como destinatário principal o cientista radicado em Lund, na Suécia, que assistiu à emissão juntamente com a família. Esta opção decorreu em consideração às limitações impostas pela pandemia e que impediram a deslocação do Professor Doutor a Portugal.
No final da emissão, o homenageado partilhou uma mensagem a partir de casa, na qual agradeceu “à presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, aos membros do executivo e a todos os outros cidadãos que tiveram a gentileza de celebrar esta data. O passado não se pode modificar, mas o futuro é nosso e tem de ser grande, o que implica trabalhar, trabalhar com exatidão no que é autêntico e sério, no que pode perdurar”, afirmou o professor e investigador.
Além de vários testemunhos, como o da primeira galardoada com o Prémio Lima-de-Faria, em 1991, (prémio atribuído ao aluno com a melhor média do ensino secundário do concelho), Rita Cavadas, a homenagem contou com alguns momentos musicais e declamação de poesia por Pedro Cardoso, vice-presidente da Câmara Municipal, e por Rui Crisóstomo, ex-presidente da autarquia, assim como o descerramento de uma representação evocativa de António Lima-de-Faria à entrada da Secundária de Cantanhede, assinalando desta forma a atribuição do seu nome ao agrupamento de escolas com sede neste estabelecimento de ensino. “Este é um tributo que se impunha, não só pelo valor simbólico que se pretende conferir a quem aqui está representado, mas também para que as crianças e jovens que passam e vão passar no futuro por estes portões saibam o que distingue o patrono da sua escola”, disse a presidente da Câmara Municipal, Helena Teodósio, perante os presentes na cerimónia.
No decurso da cerimónia, o diretor do Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria, Dr. José Soares, apresentou um livro de testemunhos, sob a epígrafe do próprio Professor Doutor Lima-de-Faria “A verdade e a beleza não se podem separar”. Outro testemunho dedicado ao cientista foi o de Manuela Grazina, presidente do júri das Bolsas de Inovação Científica, que agradeceu a confiança que lhe foi “depositada como gestora científica desse incentivo, uma honra que me orgulha, sobretudo por podermos apoiar alguns jovens cientistas que poderão vir a fazer a diferença no mundo da ciência”. A professora lembrou os encontros que manteve com António Lima-de-Faria nas suas visitas a Portugal, “verdadeiras tertúlias sobre ciência e tudo aquilo que intriga os cientistas, o que os inquieta”, destacando “a craveira inteletual” do homenageado.