Quantas e quantas histórias passaram por aquelas pequenas caixas mágicas.
Em momentos de solidão, na avidez por uma notícia ou simplesmente para o deleite de ouvir, embalar ou bailar aquela música que nos toca, a rádio ainda hoje é uma companhia de excelência no nosso quotidiano.
Entretanto, a forma de ouvir rádio massificou-se, está hoje em todo o canto e esquina mas só a ouvimos, não a vemos como outrora, deixou de ser aquele aparelho decorativo, aquele adorno que emanava calor para a alma quando o olhávamos. Era aquela necessidade de fitar os olhos na caixa mágica para entrar naquele mundo imaginário, tentando perceber os traços faciais do locutor ou mesmo a cor do vestido daquela promissora voz feminina.
Ao longo dos anos o aparelho rádio foi a história dentro das histórias que contava, longe dos efémeros auto-rádios, dos telemóveis com rádio e outros aparelhos que ajustaram esta magia à comodidade dos nossos dias.
Chamem-lhe uma peça de arte, um pedaço de história, respeito ou amor, algo que move os colecionadores quando decidem valorizar aquilo que muitos atiram para o lixo. Ainda bem que em Bustos houve um comerciante que percebeu o peso histórico desta paixão e colecionou desenfreadamente centenas e centenas de caixas mágicas, cada uma delas com uma herança acoplada, como se fosse um acessório extra.
A reportagem completa faz parte do roteiro Férias em Segurança, concelho de Oliveira do Bairro, que publicamos na edição de 15 de julho do Jornal da Bairrada.