Perto da cidade de Aveiro mas suficientemente longe para nos desprendermos do seu bulício, há uma Ria com segredos e histórias de tal forma mágicas, que nos parecem de encantar. Aceitamos o convite de Sandra Oliveira e marcamos encontro no Canal da Veia.
Procurando esquecer rapidamente o pesadelo do acesso ao local de embarque, que partilha vizinhança com o Posto Náutico dos Galitos, embarcamos na “Gaivinha” em direção à doce canção de embalar, que só o “Salgado” de Aveiro e o seu ecossistema desconhecido de tantos, nos pode cantar.
A saída, ao pôr do sol, promete ser tranquila, não fosse a Gaivinha uma embarcação movida a energia solar, silenciosa, perfeita para uma navegação prazerosa e amistosa para as aves que esperamos observar. E eis que vão surgindo, pelos esteiros mais recônditos, as garças – real, branca e cinzenta -, águias pesqueiras, gaivotas, flamingos (que cenário deslumbrante!) e, claro está, as gaivinhas que dão símbolo ao Sterna -Aveiro Ria Tours & Birdwatching.
Do Canal da Veia, subimos ao Canal do Bolhão, navegamos até à entrada do Rio Novo do Príncipe (onde desagua o Rio Vouga), entramos no Esteiro do Gramato, para terminar onde começámos. O “Salgado” de Aveiro, “desconhecido por muitos porque o foco dos operadores turísticos está nos canais, no centro da cidade”, faz parte dos 48 quilómetros de Ria, que se estende de Ovar a Mira. “No passado, os moliceiros andavam aqui, a apanhar o moliço, que servia de fertilizante para os terrenos agrícolas. Agora, é mais rentável passear nos Canais…”
Este excerto de reportagem integra o Roteiro Férias em segurança – Aveiro e Murtosa, que pode ler na edição de 8 de julho de 2021