O executivo municipal aprovou, por maioria, a atualização das tarifas fixas e variáveis dos serviços de água, saneamento e resíduos para o ano de 2022, em 4%.
Na prática, uma família de duas ou três pessoas, com um consumo de 10 metros cúbicos de água e que pagou 21,01 euros, em 2021, passará a pagar 22,71 euros, valores que já englobam água, saneamento, resíduos, taxa de recursos hídricos, taxa de gestão de resíduos e IVA.
Já numa família de quatro pessoas, com um consumo a rondar os 15 metros cúbicos de água, cujo valor global da fatura foi de 29,29 euros, em 2021, passará a ser de 31,30 euros, no próximo ano.
Em termos concretos, estes dois escalões, aqueles em que se encontra a maioria dos agregados do Município da Mealhada, sentirão um aumento real de 1,70 euros, e de 2,01 euros, respetivamente.
Nos escalões mais baixo e mais alto, de consumo de 5 metros cúbicos e de 20 metros cúbicos, as faturas, em 2022, serão de 14,12 euros e de 41,79 euros, respetivamente (mais 1,39 euros, no primeiro caso, e mais 2,39 euros, no escalão de consumo mais elevado.
Segundo a autarquia, são vários os fatores que obrigam a esta atualização de valores, que, acima de tudo, visa a reposição do equilíbrio financeiro, neste domínio, da gestão municipal. Com efeito, a ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro foi obrigada pela ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos a atualizar as suas tarifas de forma a garantir a autossustentabilidade.
De acordo com a nova tabela, o executivo municipal estima que o custo com o tratamento dos resíduos urbanos em 2022 custe mais 118.111 euros. A este aumento, acrescem os valores da inflação prevista (1%) e do subsídio de penosidade e insalubridade (igualmente 1%) atribuído aos trabalhadores deste setor – cada um deles representando, por si, um montante de cerca de 25 mil euros anuais.
Mas existem ainda fatores. Foram identificados pelos serviços municipais cerca de seis mil contadores de água obsoletos, ou fora de prazo, assim como equipamentos afetos a este setor (que vão desde a frota a equipamentos de trabalho) encontram-se em condições degradadas e a requererem urgente recuperação ou substituição. Acrescem os custos associados ao serviço Mealhada Porta-a-Porta (recolha seletiva porta-a-porta de resíduos urbanos), que se encontra em fase de alargamento e aprofundamento.
“A mesma exigência de autossustentabilidade é feita pela ERSAR ao Município da Mealhada e é, nesta medida, e com sentido de responsabilidade, que o Município procede à atualização das tarifas”, refere nota da autarquia. Uma decisão que, nas palavras do presidente da Câmara Municipal, António Jorge Franco, “não é a desejada, mas é inevitável”. “Ou aumentamos agora, melhorando a qualidade dos serviços e alcançando o equilíbrio e a sustentabilidade desses mesmos serviços, ou o prejuízo para as contas municipais e o custo será depois muito maior”, sublinhou o autarca.