No âmbito da Bandeira Azul e inserida na iniciativa “Semana sobre Espécies Invasoras 2022: Portugal & Espanha (SEI 2022)”, que terá lugar de 21 a 29 de maio, o Município de Vagos, em conjunto com 150 alunos e professores da Escola Secundária de Vagos, Colégio de Calvão e EPADR, partirão à caça de acácias.
Antes ainda, no dia 18, a atividade “Vamos travar as Pampas” contará também com a colaboração de um grupo de 25 alunos do Colégio de Calvão. Esta atividade pretende alertar e cativar a população para o combate à erva-das-pampas. Todos os voluntários que se mostrarem disponíveis para participar deverão ir para o terreno munidos com tesouras de poda, pás e picaretas, para cortar os penachos e arrancar os exemplares mais pequenos. Esta ação conta com a colaboração da Câmara Municipal e das Juntas de Freguesia.
Caça à acácia na última semana de maio
Relativamente à acácia, trata-se de uma planta invasora que se “instalou” no concelho de Vagos há muitos anos. Cada exemplar pode produzir, anualmente, milhares de sementes. Significa que o terreno onde estas acácias se encontram, está repleto de sementes e que estas só esperam as condições ideais para germinarem. O abate de árvores ou os incêndios são ótimas oportunidades para que isso aconteça.
Em 2016, o Município de Vagos tomou parte num projeto, GANHA, em parceria com a Universidade de Coimbra, a Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos e o RAIZ – Instituto de Investigação da Floresta e Papel e a ESAC – Escola Superior Agrária de Coimbra, financiado pelo Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).
Este projeto teve como um dos objetivos a libertação, num setor do perímetro florestal de Vagos, de um agente de controlo natural, a Trichilogaster acaciaelongifoliae (um pequeno inseto australiano). A “Trichi” (como também é conhecido) põe ovos nas gemas florais da acácia-de-espigas, diminuindo assim a formação de flores e com isso o número de sementes. A planta forma uma galha sempre que é picada. É nessa galha que centenas de pequenas “Trichi” passam cerca de um ano até saírem à procura de outras tantas gemas florais, recomeçando o ciclo. Ou seja, quanto mais galhas, menos sementes.