Jorge Sousa Lima é o vencedor da sexta edição do Prémio Literário Carlos de Oliveira, com “ApagaDor”, obra que nas palavras do autor “aborda a velhice, o fim da vida, a oportunidade de rever toda uma vida passada, olhar para as vitórias e para as derrotas”.
A apresentação literária, que decorreu no último sábado, dia 23 de julho, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, esteve a cargo do professor universitário Osvaldo Silvestre e contou com as presenças de Helena Teodósio, presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, João Pais de Moura, presidente da Assembleia Municipal, do vice-presidente do Município, Pedro Cardoso, dos vereadores Célia Simões e Fernando Pais Alves e da sobrinha do patrono do prémio, Paula Oliveira.
Ao intervir na sessão, a presidente da autarquia começou por destacar que o romance “evidencia um fundo humanista bem patente no universo abordado, uma sugestiva rememoração, em primeira pessoa, de fases da vida passada de uma pessoa idosa e internada num lar de terceira idade, assombrada pela proximidade da morte”.
Helena Teodósio saudou o autor pela “extraordinária capacidade para recriar o contexto em que se move o narrador e para retratar a visão deste sobre tudo o que o rodeia e sobre o que tudo o que o rodeia lhe suscita, o que confere ao livro uma apreciável dimensão pedagógica”.
Já Osvaldo Silvestre considerou “ApagaDor” “uma obra extraordinária e que pode ser lida de diferentes prismas, com diferentes perspetivas”. “Também a questão que há muito acompanha a humanidade, sobre o sentido da vida, remete nesta obra para a dimensão do transcendente, no sentido da vida e na busca constante da felicidade”, enfatizou.
E sobre esta questão, já depois dos agradecimentos à Câmara Municipal de Cantanhede, o autor partilhou alguns dos condimentos da sua obra, com uma constante presença de influências literárias que o perseguem e com as quais se identifica.
“Quando falamos ou pensamos muito numa coisa, das duas uma: ou sentimos falta dela ou temos medo dela. É muito simples, eu não penso na felicidade, logo, ela está comigo porque não sinto falta dela. Esta citação será uma das chaves da leitura da obra”, explicou, destacando “a inquietação que acompanha a personagem principal da obra, um homem de 77 anos de idade, de nome Martins, que se encontra num lar”.
A terminar, Jorge Sousa Lima disse que “a obra pode parecer fastidiosa e até pesarosa, sobretudo considerando o tema que aborda, mas apresenta momentos de deleite pela construção literária em que se baseia e pelas situações caricatas e engraçadas descritas”.